Crítica - Jornada da Vida - Engenharia do Cinema
Omar Sy já se tornou um dos grandes nomes do cinema francês, isso é um fato. Depois de ter estrelado o sucesso “Intocáveis”, o ator não parou mais (tendo participado de grandes produções de Hollywood, como “Jurassic World” e “X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido”), mas uma coisa é fato: ele nunca mais deixou de lado sua participação nos longas franceses.
Em “Jornada da Vida”, ele faz o ator Seydou Tall. Fazendo um enorme sucesso no cinema, mas tendo uma vida pessoal bastante complicada, em uma viagem para promover um livro na Africa, ele se depara com o jovem Yao (Lionel Louis Basse), que alega ter atravessado mais de 300km apenas para vê-lo. Impressionado com a simplicidade deste, Tall resolve o levar de volta para casa.
Esse é o tipico “road-movie” (onde a trama se passa envolto a uma viagem) pelo qual os espectadores já preveem os arcos de toda a narrativa, mas o principal diferencial se da pelas atuações. Algo que tanto Sy quanto Basse se saem muito bem, e não hesito em dizer que provavelmente muitos vão chegar a se emocionar em alguns momentos. Claro como se trata de uma “comédia dramática”, o humor também está presente (principalmente com a ingenuidade de Yao).
O diretor e roteirista Philippe Godeau procura apelar para o verdadeiro diferencial nos últimos 20 minutos, pois até então tudo é meramente previsível. E quando este chega, confesso que o terreno não tinha nos preparado para aquilo. Felizmente ele também não apela para o excesso de frases de efeito e trilhas sonoras gritantes, para tirar sentimentos do expectador. Tudo ocorre naturalmente.
“Jornada da Vida” é o tipico longa onde mesmo deduzindo toda a proposta sem ver o filme, serve para refletirmos e pensarmos um pouco sobre as pequenas coisas e atitudes na nossa vida.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.