Crítica - Feito na América - Engenharia do Cinema

publicado em:26/08/19 10:30 PM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto

Adiado por quase dois anos, por conta de um acidente aéreo envolvendo o piloto Alan Purwing e seu co-piloto Carlos Berl, “Feito na América” foi um excelente filme do astro Tom Cruise, pelo qual passou em branco. Porque falo isso com total segurança? Pois simplesmente ele pegou um personagem que não é o tipico protagonista padrão do seu estilo, e sem correr ou beirar a sequências impossíveis, ele conseguiu tocar a trama toda nas costas, seja quebrando a quarta parede ou com seu sarcasmo mediante a qualquer arco aparente (algo semelhante já feito em longas como “Trovão Tropical” e “Colateral”).

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Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

Aqui ele vive o experiente piloto Barry Seal, que um dia é contratado por um agente da CIA (Domhnall Gleeson, de “O Regresso”), a tirar fotos de territórios comunistas para investigações da mesma. Só que durante uma dessas viagens, ele acaba chamando a atenção de Jorge Ochoa (Alejandro Edda), que está auxiliando no inicio do Cartel de Medelin, que era liderado por ninguém menos do que Pablo Escobar (Mauricio Mejía), que acaba o contratando para ser seu piloto no transporte de drogas pelo mundo. 

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

A direção de Doug Liman (que já trabalhou com Cruise, em “No Limite do Amanhã”) é completamente diferente do seu padrão habitual, e temos uma narrativa exercida como se fosse um “documentário”, com narração do próprio Cruise (que acaba “quebrando” a quarta parede por isso). A todo momento quase, a câmera fica balançando constantemente, mesclando um zoom in e out de forma breve, perante o carácter que é destaque naquela cena. As tomadas áreas são o ponto forte do longa, onde a fotografia e as paisagens apresentadas são uma das melhores que vi em 2017 nos cinemas.

Partindo para as atuações, além do próprio Cruise estar ótimo (como já sitado), o mesmo não se pode dizer de Sarah Wright (“Finalmente 18”), que vive sua esposa, onde sua personagem parece que ta em outro filme, pois ela não possuía uma expressão verdadeira perante as peripécias do marido e acabou quebrando um pouco o realismo mostrado (entendo que ele tinha a lábia perante ela, mas a atriz não transpôs isso). Já Gleeson aparece como um personagem secundário, que assim como Escobar, ta ali só pra dar ordens para Seal, onde o verdadeiro coadjuvante acaba sendo Alejandro Edda, que é um personagem que de certa forma, nos trás medo e antipatia perante o carisma do protagonista. 

Pra quem acompanha a série “Narcos”, “Feito na América” é um prato cheio e sem sombra de duvidas merece ser conferido, principalmente pelos fãs de Tom Cruise.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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