Crítica - Anna: O Perigo Tem Nome - Engenharia do Cinema
Luc Besson é um cineasta francês que dispensa comentários. Criador de longas marcantes dos anos 90 como “O Profissional” e “O Quinto Elemento”, há tempos ele não trabalhava em produções do gênero de ação em especifico. Depois do fracasso “Valerian”, ele resolveu voltar ao estilo que o marcou no cinema (lembrando que ele é produtor de franquias como “Carga Explosiva” e “Busca Implacável”) com “Anna: O Perigo Tem Nome”.
A história mostra a agente russa Anna (Sasha Luss), pelo qual acaba sendo contratada para fazer constantes missões suicidas, sempre ordenadas pela sua chefe na KGB, Olga (Helen Mirren). Porém em uma delas, coisas bem estranhas começam a acontecer.
O principal problema do filme é bastante notório: o excesso de flashbacks explicativos. Muitos longas utilizam do recurso para fazer os mais “desatentos” adentrarem na trama. Porém Besson parece que não saber trabalha-lo, e o utiliza como recurso de “ploat-twist”. Sempre que estamos no meio da ação e vidrados no suspense, ele para e volta para um tempo antes da cena (quando falo tempo, me refiro há meses ou semanas), explicando o que rolou até ali. Isso ocorre mais de duas vezes (inclusive no último arco), fazendo qualquer pessoa xinga-lo por isso.
Já as cenas de ação e perseguição são muito bem realizadas, pelo qual notamos o quão ele é considerado o “mestre do cinema de ação” por conta disso. A câmera não treme um segundo e foca na protagonista, procurando mostrar tudo rolando ao seu redor. A violência se torna um recurso muito bem utilizado, mas a indestrutibilidade da personagem, atrapalha um pouco (em tempos de John Wick, isso não se compra mais).
Sobre as atuações, não existe algo bastante grande ou marcante, pois é um filme de ação simples. Sasha consegue interpretar bem o estilo de famme fatale (lembrando que ela já trabalhou como modelo profissional, por um bom tempo), fazendo um ótimo contraponto com Luke Evans e Cillian Murphy. Já Helen Mirren é a única pessoa que realmente consegue transpor uma personagem que desperta os medos mais profundos de Anna.
“Anna: O Perigo Tem Nome” consegue divertir dentro de sua premissa, além de prender o espectador com a cara vidrada na tela.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.