CAFÉ COM LIVROS: "O Último Adeus" - Engenharia do Cinema

publicado em:17/09/19 12:57 PM por: Gabriel Fernandes Café com Livros

Por Luana Maccioni

Título: O Último Adeus
Título Original: The Last Time We Say Goodbye
Autora: Cynthia Hand
Editora: Darkside Books
Páginas: 352
Ano: 2016
Onde comprar:
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Avaliação: ⭐⭐⭐⭐⭐

Sinopse: Lex é uma garota de 18 anos que começa a escrever um diário a pedido do seu terapeuta, como forma de conseguir expressar seus sentimentos retraídos. Há apenas sete semanas, Tyler, seu irmão mais novo, cometeu suicídio, e ela não consegue mais se lembrar de como é se sentir feliz. O divórcio dos seus pais, as provas para entrar na universidade, os gastos com seu carro velho. Ter que lidar com a rotina mergulhada numa apatia profunda é um desafio diário que ela não tem como evitar. E no meio desse vazio, Lex e sua mãe começam a sentir a presença do irmão. Fantasma, loucura ou apenas a saudade falando alto? Eis uma das grandes questões desse livro apaixonante. O Último Adeus é sobre o que vem depois da morte, quando todo mundo parece estar seguindo adiante com sua própria vida, menos você. Lex busca uma forma de lidar com seus sentimentos e tem apenas nós, leitores, como amigos e confidentes.

Sensibilidade. Única e simples palavra que consegue descrever com excelência esse livro. A história de Ty é, infelizmente, uma situação real de milhares de pessoas que convivem com a depressão fervilhando no caos interior. Ressalvo que não foi uma leitura fácil. A autora, ao contrário de outros livros com esse tema, conseguiu criar personagens muito reais e nada “hollywoodianos”. Os nossos sentimentos são facilmente transportados ao longo da leitura para a dor da mãe, a dor da Lex e até mesmo a dor do jovem Ty.  

Imagem: Autora

“Eu vim acordá-lo naquela manhã… ele estava aqui. Parecia bem. Deveria ter percebido que alguma coisa estava errada naquele dia. Sou a mãe dele. Deveria ter visto.” (página 55)

A culpa e as inúmeras incógnitas que percorrem o interior de cada personagem é o que marca e os faz tão, reais. Pensamos “A mãe não tem culpa, como ela poderia saber…”, mas somos humanos. Certamente em seu lugar pensaríamos dessa forma. Afinal, somos amantes do famoso “e se…”. E se eu tivesse prestado atenção, e se eu tivesse falado antes, e se eu tivesse pedido perdão, e se…

Imagem: Autora

“Isso vai parecer meio lugar-comum, acho, mas nunca se sabe quando vai ser a ultima vez. Que você abraça alguém. Que você beija. Que você se despede.” (página 259)

Lex perdeu o rumo. Sua mãe chora o tempo todo e quando não esta trabalhando no hospital está em casa dormindo com a ajuda de comprimidos. Tentando terminar o seu último ano e evitando tudo e todos, Lex algumas vezes chega a ser dura demais com seus velhos amigos. Eles apenas querem demonstrar que estão ali, inclusive seu ex-namorado Steve, mas qualquer vestígio de solidariedade ela lança fora e acaba machucando as pessoas. Além da culpa, Lex carrega consigo uma carta que ela encontrou no quarto do seu irmão. Aos poucos as coisas vão sendo reveladas e a personagem cresce muito ao longo da trama toda.

Acredito que esse livro deveria ser lido pelo maior número de pessoas dentro do possível. A depressão é silenciosa e mesmo a sociedade dando a falsa impressão que se importa esse tema, ele não é tratado com a relevância que deveria. Exatamente o que essa obra retrata, é a empatia genuína e a flor da pele que nos chama atenção sobre pessoas ao nosso redor e até mesmo nos faz olhar para dentro.  

Vale ressaltar a beleza do livro em si, sou fã da Darkside Books, confesso. Os livros são incríveis, cada detalhe externo e interno. A capa simula um post-it, onde Ty escreveu o bilhete de despedida. A escrita em azul, para simular que foi escrito a mão com uma caneta. Enfim, se você não conhece a Darkside, aproveita e conheça através desse livro.

Luana Maccioni: Engenheira, mas apaixonada por tudo ao mesmo tempo. Amante de café e fotografia. Mochileira por hobby.



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Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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