Crítica - Zumbilândia 2: Atire Duas Vezes - Engenharia do Cinema
No final de 2009, “Zumbilândia” conseguiu se tornar um sucesso inesperado, tenho ganhado status de cult e revelado os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick (que mais tarde, escreveriam os dois “Deadpool”). Durante anos, sua sequência foi pedida por milhares de fãs e pelos próprios atores. Em 2018 a Sony deu sinal verde para a aguardada continuação. Devo confessar que felizmente “Zumbilândia 2: Atire Duas Vezes” continua com a sintonia original e eles não apelaram pela clássica “reciclagem de piadas”.
Ao som de “Master Of Puppets“, do Metálica, os créditos iniciais de “Zumbilândia 2: Atire Duas Vezes”, surgem em cena, acompanhados do quarteto protagonista (Woody Harrelson, Jesse Eisenberg, Emma Stone e Abigail Breslin) enfrentando um exército de zumbis, em frente a Casa Branca. Por um mero segundo, o filme soa que irá reciclar piadas que deram certo no antecessor, mas felizmente ele possui sua identidade própria.
Aqui temos o quarteto citado tendo de enfrentar os problemas de serem uma família inusitada, e do fato da aparição de novas personalidades em seus caminhos. Para não estragar sua surpresa e sensação ao conferir o filme, vou parar por aqui a sinopse.
A começo de conversa o roteiro do trio que compõe os citados Reese, Wernick e Dave Callaham, procura apenas continuar com o mesmo clima satírico do primeiro. Referências com a cultura pop e menções a situações verídicas, são os melhores trocadilhos. Porém estamos falando de roteiristas que sabem trabalhar seus personagens e fazem isso com maestria.
Harrelson é o melhor do quarteto, e consegue ter as melhores piadas (realmente, tiveram duas cenas que ele está hilario). Eisenberg é o “equilíbrio” de todos, mesmo nas situações propicias de seu personagem. Stone está mais durona e séria neste filme, e convence. Já Breslin aparece bem pouco, pois o roteiro em si a deixou bem apagada e mesmo a trama girando em torno dela, ela não possui o espaço que merecia. Mas todos tem um grande problema, que se chama Zoey Deutch, que interpreta Madison. A atriz faz o clássico estereótipo da “loira burra”, mas nesse tipo de narrativa o recurso é permitido e ela a faz de uma forma natural, não caricata. Dessa maneira, Deutch “delicadamente” rouba a cena de quaisquer atores.
Partindo para a direção de Ruben Fleischer, o cineasta sabe fazer uma boa cena de clímax em plano sequência. Realmente a citada foi difícil de se fazer (e se estivesse nas mãos do diretor errado, ficaria ruim) e o resultado final, acabou se tornando a graça do momento. Mas ele também sabe ser sutil nas cenas de ação, não beirando cortes abruptos ou sequências com excessos de informações. Essas são bem claras, pois agora existem novos tipos de zumbis e eles são explicados a medida que suas aparições ocorrem.
Dez anos depois do primeiro, “Zumbilândia 2: Atire Duas Vezes” mostra que valeu a pena demorarem esse tempo todo para fazerem este filme. Que venha “Zumbilândia 3”, em 2029.
Obs 1: Fiquem durante os créditos finais, pois há duas cenas extremamente hilárias.
Obs 2: O longa foi conferido na pré-estreia realizada pelo Cine Roxy 5.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.