Crítica - Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa - Engenharia do Cinema
Antes de começar a falar sobre “Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa”, gostaria de deixar bem claro: Estamos falando de uma história completamente desligada de “Esquadrão Suicida” (embora apareçam alguns easter-eggs), ou seja, “Aves de Rapina” faz parte do recomeço da DC nos cinemas. Mesmo se você não conhece a personagem Arlequina (Margot Robbie), um breve resumo no começo já lhe situará dentro do contexto do filme, que sim é bem superior ao “antecessor”.
A história tem início quando ela é chutada pelo seu então namorado Coringa. Durante a sua nova jornada sozinha por Gotham, ela acaba esbarrando com a jovem Cassandra Cain (Ella Jay Basco) que possui uma joia que é de extremo interesse de Roman Sionis (Ewan McGregor).
Não vou entrar em mais detalhes sobre a trama, pois tiraria grande parte da graça. Mas posso antecipar a você leitor, que sim, temos um filme que é totalmente narrado do ponto de vista da própria Quinn, bem ao estilo de “Deadpool”, ou seja, é tudo muito maluco e as vezes até sem sentido (por isso não estranhe nos 10 primeiros minutos). E isso também não se dá ao mérito apenas de Robbie (que literalmente entrou de cabeça na personagem), como também da diretora Cathy Yan.
A começar que ela não usufrui apenas das músicas para definir o estilo da cena, mas sim procura focar sempre na própria Harley e nas situações ao seu redor (que sempre são acompanhadas por explicações em tela, que sanam os motivos de determinados personagens estarem ali). Tudo isso faz a narrativa soar como uma história no estilo de um desenho do “Looney Tunes” (a cena dela com o sanduíche, é impagável).
Mas como estamos falando de uma potencial nova franquia da DC, o descuido do roteiro de Christina Hodson (“Bumblebee”) se da pelo fato que ela está preparando terreno para os próximos filmes através do desenvolvimento regular de alguns coadjuvantes. Como é o caso de The Huntress (Mary Elizabeth Winstead) e Renee Montoya (Rose Perez), que tem justificavas rápidas e são personagens muito boas para terem sido pouco exploradas (a primeira consegue inclusive, roubar a cena de Margot).
“Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa” mostra que Margot Robbie nasceu para interpretar Harley Quinn nos cinemas, e que a DC não irá deixar a personagem em escanteio tão cedo. Grande surpresa neste início de 2020!
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.