Crítica - Maria e João: O Conto das Bruxas - Engenharia do Cinema
Em meio a diversas reimaginações dos clássicos contos dos Irmãos Grimm, chegou a vez de “Maria e João: O Conto das Bruxas”, que não nego em dizer que por um breve momento parecia ser uma releitura interessante do clássico. Mas a insistência do roteiro de Rob Hayes em transformar a personagem Maria (Sophia Lillis) em uma heroína e João (Samuel Leakey) em um abobado, só prejudica o andamento da história.
Por mais que Lillis já tenha se mostrado ótima atriz em projetos anteriores, o roteiro não consegue transformar ela no que eles querem. Tudo chega a soar bastante confuso e, em determinado momento, parece que estamos vendo outro filme dentro deste. Em momento algum ela parece estar confortável com o material em mãos e acaba entregando uma atuação sem expressão alguma. Enquanto Leakey faz um João tão irritante que ficamos torcendo para ele cair fora de cena. Enquanto a Bruxa, interpretada por Alice Krige, consegue ser boa em sua função (graças a maquiagem), mas é muito caricata e nem um pouco assustadora.
E no meio deste caos, vemos que o diretor Oz Perkins tenta até tirar algo relativamente bom. Porque seus enquadramentos tentam enaltecer o ótimo trabalho do design de produção (que foi uma das únicas coisas relativamente boas), mas como isso não faz um filme ser bom, não adianto em nada no resultado final.
Por incrível que pareça, o clássico episódio do Chaves na casa da Bruxa do 71, consegue ser mais emocionante do que este “Maria e João: O Conto das Bruxas”, que tenta ser algo, mas acaba sendo absolutamente nada.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.