Crítica - Johnny English 3.0 - Engenharia do Cinema

publicado em:14/04/20 2:12 PM por: Gabriel Fernandes CríticasStreamingTelecine PlayTexto
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Sumido das telonas desde 2011, quando lançou “O Retorno de Johnny English”, Rowan Atkinson voltou aos cinemas em 2018 para fechar (aparentemente) sua primeira trilogia em “Johnny English 3.0”. Conhecido por ser o interprete do Mr. Bean, ele também desenvolveu quase na mesma época essa sátira ao agente 007, onde através de pequenas esquetes encarnava o atrapalhado agente inglês Johnny English. O primeiro longa veio em 2003, e o segundo em 2011 e ambos fizeram um enorme sucesso pelo mundo. Só que essa terceira parte mostra que há vigor para Atkinson continuar encenando o personagem por mais anos.

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

A história tem inicio quando um ataque Hacker acaba revelando a identidade de todos os agentes do MI6, com exceção do próprio English e mais outros três. Então ele se ver obrigado a largar sua atual carreira como professor em Londres e assumir a tal missão, para descobrir o propósito desse ataque, antes que mais controversas aconteçam. Para isso, ele opta por deixar de lado quaisquer facilitações tecnológicas, ficando a merce de apenas equipamentos antigos (aos quais ele acredita que ainda funcionam perfeitamente).

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

A direção de David Kerr procura seguir o mesmo padrão dos outros longas, com toques satíricos aos filmes mais recentes de espionagem, regadas sempre ao humor de Atkinson. Os mais atentos denotarão situações idênticas ao longa “007 Quantum of Solace” (estrelado justamente por Olga Kurylenko), como por exemplo uma perseguição de carros se passando no mesmo cenário que na abertura daquele. Mas não é só isso que o roteiro de William Davies (que também escreveu os dois antecessores) faz, como também recicla algumas piadas e subtramas que haviam sido mostradas no longa de 2003. Isso funciona aqui? Diria que graças ao carisma de Atkinson e Ben Miller (que vive seu parceiro, Bough), funciona e muito bem! Enquanto o primeiro decai sobre as melhores piadas e consegue sempre tirar gargalhadas do espectador, com seu estilo bastante semelhante ao finado, Leslie Nielsen (fazendo burradas, mas nunca perdendo a cara de sério), o segundo é o “cara que conserta as atrapalhadas e da andamento pra tudo”. Outro acerto é o mistério envolto a personagem de Kurylenko, que rende um bom arco e ficamos boa parte do longa com um enorme “?” em relação a qual lado sua personagem está. 

Mas quando o quesito chega na abordagem do vilão, vivido por Jake Lacy, o roteiro começa a pecar muito. Com uma personalidade a lá Steve Jobs/Mark Zuckemberg, o arco serve para ser o ponta pé inicial de várias piadas englobando a evolução tecnológica, ao qual English acaba se negando a participar. Porém o desenvolvimento de Lacy, além de ser fraco, chega a ser confuso em determinados momentos, o transformando em mais um vilão genérico do gênero. Falando em tecnologias, as piadas de English envoltas a essa questões são as melhores do longa, pois o personagem se mostra completamente leigo e desconfiado de tudo, no tocante a tal.

“Johnny English 3.0” é um divertido retorno do Mr. Bean as telas de cinema, depois de um hiato de sete anos ausente. Que venham mais longas estrelados por um dos atores mais divertidos do cinema.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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