J.R.R. Tolkien foi um dos maiores escritores da história, pois, além de criar o universo de “O Senhor dos Anéis”, ele criou diversas línguas que são utilizadas nas diversas histórias englobando os personagens. Em sua cinebiografia rotulada apenas de “Tolkien” temos um paralelo de sua infância, quando perdeu a mãe ainda jovem e foi morar em um internato católico, sua vida universitária e passagem como soldado na Primeira Guerra Mundial.

Mas alto lá, o roteiro da dupla David Gleeson e Stephen Beresford não procura apenas focar e mostrar os arcos englobando a escrita dos personagens que conhecemos, mas sim de onde vieram às inspirações. Vivido com maestria por Nicholas Hoult (“X-Men: Primeira Classe”), vemos Tolkien como um homem culto e um dos mais inteligentes de seu ciclo. Mas é aí que está o problema do filme e da maioria das cinebiografias, em transformar o seu protagonista em um mártir e um ser humano perfeito (quando sabemos que todos os seres humanos não são perfeitos).

Há alguns pontos na narrativa estabelecida por Dome Karukoski, que parece estarmos assistindo a uma telenovela bem capenga. Muito se diz quando Hoult divide a cena com Lily Collins (“Espelho, Espelho Meu”), que interpreta Edith Bratt (que acaba virando sua esposa, e isso NÃO É SPOILER!). Mas vou logo avisando se você espera cenas de guerra impactantes, só há uma bem breve (que os fãs de “O Senhor dos Anéis” vão adorar) e não chega a ser um filme muito embasado apenas neste arco.

“Tolkien” é uma divertida pedida se você é fã do escritor e procura saber um pouco mais sobre a vida do autor, após ter acompanhado nosso especial ou já ter conhecido sobre o seu universo.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.