Crítica - Disque Amiga Para Matar (2ª Temporada) - Engenharia do Cinema
A primeira temporada de “Disque Amiga Para Matar” se destacou por conseguir mesclar com maestria a comédia e o suspense, além de destacar os nomes das então “sumidas” dos grandes protagonismos Christina Applegate e Linda Cardellini. O seu segundo ano é basicamente uma “releitura” do primeiro, com alguns avanços previsíveis.
Ele já começa onde o primeiro havia parado, com Jen (Applegate) assassinando o ex-marido de Judy (Cardellini), Steve (James Marsden). Mas o que elas farão com o corpo e as consequências são as grandes jogadas desta temporada.
Diferente da primeira, demora um pouco para algo bem impactante e massivo acontecer nesta temporada (com exceção do primeiro episódio). A química e amizade da dupla, porém não segue o padrão banal, pois ambas começaram a tomar rumos novos em suas vidas, devido algumas mudanças tomadas na primeira temporada.
Mas o principal problema é o excesso de flashbacks em prol de mostrar a cena do assassinato de Jack, onde chega a soar mais como um sensacionalismo barato, ao invés de aparecer como efeito investigativo. Isso sem mencionar algumas decisões em prol à alguns romances das protagonistas, que soam bem previsíveis (com direito ao clássico paixão impulsiva/descobre uma coisa errada/termina/volta). Lá para o sexto e sétimo episódios, sentimos esta diferença.
Felizmente vemos o cuidado que a equipe de direção e edição teve na concepção de alguns arcos, onde optaram por adentrar um assunto totalmente, sem cortar para algo desinteressante no take seguinte. Isso faz uma diferença imensa neste tipo de produção.
O segundo ano da série “Disque Amiga Para Matar” termina com um gosto de “será que a Netflix ainda vai querer continuar essa história”, mesmo tendo sido uma temporada relativamente boa.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.