Crítica Gamer - The Last of Us: Part II - Engenharia do Cinema
Sendo produzido há mais de seis anos, “The Last of Us: Part II” era um dos jogos mais aguardados para o console Playstation 4. Depois de diversos adiamentos, finalmente tivemos a oportunidade de adentrar nesta história e se emocionar, de fato, com o que este game nos promove.
A história começa exatamente onde o antecessor parou, com Joel salvando Ellie do hospital onde iriam extrair a possível cura dela e a levando para um abrigo seguro. Depois de um salto temporal de quatro anos, um fato pesado na vida desta lhe faz sair em busca de vingança. Alguns já sabem exatamente o que ocorre nesta história, mas é sempre bom dar a sinopse sem muitos spoilers, para a emoção continuar quando você conseguir jogar (caso ainda não tenha).
O roteiro de Neil Druckmann (que também assina a direção) e Halley Wegryn Gross aposta no imprevisível e em diversos arcos paralelos (inclusive em vários flashbacks) que se entrelaçam em um único até o desfecho. Isso sem contar que em momento algum o jogador descansa, pois a trama sempre apresenta alguma reviravolta impactante de forma repentina (por isso, prepare seus lencinhos). Porém, se você não conhece a história do primeiro, é obrigatório já procurar saber sobre, pois eles não perdem tempo explicando novamente quem são cada um dos personagens já apresentados, muito menos quem são os antagonistas.
Mas estes são justamente os mais bem moldados desta vez, pois vemos que há um universo muito mais além dos vaga-lumes. Além do controle de Ellie, temos a participação de Abby (que rouba o protagonismo e atenção do game), uma nova personagem que nos faz adentrar no grupo dos antagonistas e ver que há uma enorme amplitude em “The Last of Us“, que sequer foi apresentada no primeiro game.
O que ambas tem em comum? Sua trajetória violenta, perturbadora e dramática, onde em menos de cinco minutos no controle de ambas, nós nos sentimos dentro da pele delas e sentimos as suas angustias, medos e, principalmente, dramas e nós nos questionamos o tempo todo “qual delas está do lado certo?”. Por isso já digo que é um game apto para maiores de 18 anos, devido ao excesso de violência e brutalidade em diversos momentos (deixando qualquer coisa vista antes, no chinelo) com direito a excesso de sangue jorrando na tela, barulhos de cortes de carne sendo muito bem retratados e outras coisas bastantes fortes.
Com cerca de 21 horas jogáveis, “The Last of Us: Part II” é um dos melhores jogos já lançados pela plataforma da Playstation e mostra que cada vez mais a Sony sabe investir em sua área de games. Que venha “The Last of Us: Part III“.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.