Crítica - A Barraca do Beijo 2 - Engenharia do Cinema

publicado em:27/07/20 9:10 AM por: Gabriel Fernandes CríticasFilmesNetflixTexto
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Após o tremendo e inesperado sucesso do longa “A Barraca do Beijo”, a Netflix logo tratou de fazer uma continuação para o filme (inclusive o terceiro já foi confirmado para 2021). Mas desde o momento que selecionei “A Barraca do Beijo 2” para ser conferido na plataforma, uma coisa já me encucou: porque diabos uma comédia romântica juvenil possui 130 minutos (2h10)?

Imagem: Marcos Cruz/Netflix (Divulgação)

A história começa na situação onde o antecessor havia parado, com Elle (Joey King) e Noah (Jacob Elordi) vivendo felizes em seus relacionamentos, assim como Lee (Joel Courtney) e Ranchel (Meganne Young). Mas tudo começa a ser colocado a prova quando Elle e Lee tem de fazer mais outra edição da “barraca do beijo” para sua escola, e se dedicarem para irem para a mesma faculdade. O que acaba colocando os namoros dos amigos em situações delicadas.

Imagem: Marcos Cruz/Netflix (Divulgação)

Assim como o antecessor, o roteiro de Vince Marcello (que novamente assina a direção) e Jay S Arnold opta pelos mesmos caminhos para moldar novamente a estrutura de personagens que já conhecemos: situações constrangedoras e repetitivas, para falar que Elle é ingenua; as diversas regras que ela estabelece com Lee não sendo aproveitadas como deveriam (elas são citadas brevemente, e era o carro forte do antecessor). e momentos já conhecidos em qualquer filme de romance juvenil (principalmente dos anos 80/90). Tudo soa como preguiçoso, inclusive em uma determinada cena é nítido que eles usaram uma tela verde para mostrar uma garagem cheia de carros (ESTOU FALANDO SÉRIO).

Mas isso é o menos pior, uma vez que eles tentam colocar novos personagens e inserir subtramas que acabam sendo muito rasas (aos quais englobam os colegas da escola de Ellie). São por causa delas que um filme que deveria ter no máximo 100 minutos, ganhou mais 30. Se a explicação seria “vamos colocar mais personagens para fazermos nossos espectadores se assimilarem mais com este universo”, foi bem rasa do que deveria. Isso sem mencionar na imensa má vontade nítida do olhar de alguns atores como o próprio Elordi (que alegou não estar mais interessando em voltar para esta franquia) e a dupla protagonista.

“A Barraca do Beijo 2” conseguiu ser pior que o seu antecessor e mostra que a Netflix realmente precisa analisar mais o andamento de suas potenciais franquias cinematográficas, antes de dar o sinal verde.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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