Crítica - The King of Staten Island - Engenharia do Cinema
O cineasta Judd Apatow (“O Virgem de 40 anos“) já é considerado um dos maiores produtores de Hollywood, com nome envolto a diversos filmes e séries. Mas quando o assunto é direção, ele sempre segue o mesmo padrão de filmes: um protagonista com uma vida completamente estranha, conhece/reencontra uma mulher e passa a estabilizar essa situação. Parece que estou descrevendo um filme do Adam Sandler (que inclusive já trabalhou com ele em “Tá Rindo do Quê?“, em 2009). Apesar de ser inspirado na vida do próprio ator protagonista, Pete Davidson, “The King of Staten Island” não foge deste padrão.
Aqui Davidson vive o jovem Scott Carlin, que não faz absolutamente nada da vida a não ser fumar maconha e se encontrar com os amigos para falar besteira. Mas tudo começa a mudar quando sua irmã mais nova Claire (Maude Apatow) se muda para o campus da faculdade e sua mãe (Marisa Tomei) começa a namorar o bombeiro Ray (Bill Burr). É a partir deste momento que Scott se vê obrigado a analisar sua vida.
Este é exatamente o cenário perfeito para termos Judd Apatow como capitão nesta produção. Porém o fator prejudicial em seus filmes (inclusive aqui), são às durações que ultrapassam das duas horas. No caso aqui temos 136 minutos e muitas situações que poderiam ser cortadas e fariam o filme ficar com merecidos 100 minutos. Mas nestes outros 36 há diversas situações que sequer fariam diferença para a narrativa central, e sempre cortam para piadinhas e situações com personagens coadjuvantes (que também não fazem diferença estarem no filme). Consequentemente nós acabamos perdendo o interesse em continuar o longa e ter vontade de saber o seu desfecho (já que estamos vivendo em uma geração que gosta de saber às informações o mais rápido que puder).
Com relação as atuações, seria uma covardia julgar Davidson porque ele está vivendo ele mesmo. Então devemos dizer que o elenco de apoio está realmente muito bem, em especial o veterano Bill Burr (onde após anos de carreira, foi ter um grande papel apenas agora) e Marisa Tomei (que vive justamente uma sátira a sua própria personalidade).
“The King of Staten Island” é um mais do mesmo e que só chamará atenção mesmo dos fãs do ator Pete Davidson e do cineasta Judd Apatow.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.