Crítica - Unbreakable Kimmy Schmidt: Kimmy x Reverendo - Engenharia do Cinema
Antes da plataforma Netflix começar a se tornar tão popular, uma de suas primeiras produções originais foi a série “Unbreakable Kimmy Schmidt“. Mostrando um grupo de jovens que ficaram durante anos presas em um bunker (pois acreditavam que o mundo havia acabado), elas são soltas nos dias atuais e começam a esbanjar diversos conflitos e ingenuidades diante da sociedade. A protagonista era Kimmy Schmidt (Ellie Kemper), que era a mais maluca de todas elas e suas aventuras duraram dentre 2015 e 2019. Para presentear os fãs com o enorme sucesso da série, a plataforma lançou um especial interativo rotulado de “Unbreakable Kimmy Schmidt: Kimmy x Reverendo“, onde nós decidimos o andamento da história (bem similar ao longa “Black Mirror: Bandersnatch“).
A história tem inicio logo após o final da série, com Kimmy se preparando para se casar com o Príncipe Frederick (Daniel Radcliffe). Eis que ela acaba encontrando em sua mochila um livro, cuja dona ela percebe não conhecer. Então ela simplesmente sai em uma busca pela respectiva pessoa e acaba tendo de enfrentar o antigo responsável pela sua prisão no bunker, o temido Reverendo (John Hamm).
Pra quem não está habituado com o estilo de narrativa do seriado, certamente não vai sacar a intenção logo nos primeiros minutos. Porque o roteiro concebido por Robert Carlock, Tina Fey (estes dois são os criadores da série), Sam Means e Meredith Scardino procurou resgatar o humor da primeira temporada (que havia ficado extinto conforme a série ia avançando os anos), ou seja, o nonsense (situações bizarras, que não fazem sentido e atuações que beiram a zoeira) reinou neste especial.
Com a quebra da quarta parede sendo o principal destaque (principalmente quando escolhemos uma opção “ruim” para os personagens), em determinadas situações acabamos caindo na gargalhada de tão bizarro se tornam algumas narrativas. Inclusive quando algumas piadas que caem no colo de Radcliffe, vemos que o ator possui uma veia cômica e estava se divertindo em estar neste universo bem maluco (assim como os seus últimos filmes).
Mas assim como o já citado “Bandersnatch”, o principal problema é que a própria plataforma sempre acaba nos “obrigando” a escolher alguma opção especifica para chegar no final que eles próprios desejam naquele momento. Porém se você selecionar todas as opções antes de uma “óbvia”, você acabará sendo contemplado com alguma cena hilária ou mais nonsense ainda (outro ponto positivo).
“Unbreakable Kimmy Schmidt: Kimmy x Reverendo” foi um divertido especial que a Netflix nos colocou no momento certo, onde durante 120 minutos acabamos brincando de ser “cineasta” e damos ótimas risadas.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.