Crítica - Ratched (1ª Temporada) - Engenharia do Cinema

publicado em:28/09/20 3:16 PM por: Gabriel Fernandes CríticasNetflixSériesTexto
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O clássico “Um Estranho no Ninho” foi um dos maiores marcos na história do cinema, onde além de revelar o astro Jack Nicholson, nos apresentou o talento da atriz Louise Fletcher e deu para ambos Óscares por suas atuações (além de ter levado mais três, nas categorias de filme, direção e roteiro adaptado). A personagem desta era a icônica enfermeira de um hospital psiquiátrico (onde se passava grande parte do longa), conhecida como Ratched, que não só atormentava Nicholson, mas também acabava mexendo com o psicológico do próprio espectador. E é justamente nela que essa série criada por Ryan Murphy (“American Horror Story“) é embasada, e temos uma história de como ela assumiu essa personalidade tão sombria e meticulosa.

Imagem: Netflix (Divulgação)

Vivida com maestria por Sarah Paulson (que já trabalhou com Murphy em vários outros projetos como no próprio “American Horror Story“), aqui temos uma persona que já estava desconstruída desde sua primeira cena. Porém a medida que os oito episódios vão avançando, vemos o que levou ela se tornar isso. Com uma trama paralela envolvendo o misterioso novo paciente do hospital psiquiátrico onde ela trabalha, Edmund Tolleson (Finn Wittrock) que assassinou a sangue frio um grupo de Padres.

Imagem: Netflix (Divulgação)

A atuação de Paulson é inegavelmente perfeita, pois além dela esbanjar às sensações da sua persona apenas pelo olhar, acabamos comprando seu ponto de vista facilmente (mesmo cientes que ela esteja completamente errada). Porém a série se perde um pouquinho apenas quando Murphy opta por focar em subtramas como na misteriosa personagem de Sharon Stone ou na personalidade enigmática do diretor do hospital (vivido por Jon Jon Briones), aos quais elas vão ter peso dramático mais pro final da temporada (mas não mereciam tamanho destaque pela narrativa). Isso acaba perdendo um pouco do destaque e da importância da própria Ratched.

Em questão da estética, vemos que apesar do estilo do cenário ser um pouco “colorido” (como muitas das produções de Murphy), a equipe de design de produção teve um exímio cuidado para recriar todo aquele ambiente depressivo e amedrontado do filme de 75. Os arcos de suspense também estão presentes, mas faltou aquele impacto crucial para sentirmos mais “traumatizados” com as situações (já que algumas exposições foram “censuradas” pelo jogo de câmera, fazendo isso ficar quase nulo).

A primeira temporada de “Ratched” foi uma interessante desconstrução da icônica enfermeira e em seu desfecho, ficamos curiosos para vermos como acontecerão os próximos desdobramentos

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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