Crítica - Uncle Frank - Engenharia do Cinema
Este é aquele típico filme que a Amazon provavelmente vai investir em indicações nas premiações do cinema independente, aos quais, confesso, que há grandes chances até de vitórias. “Uncle Frank” retrata de uma forma ácida, mas não tão chocante, o desafio de um homem em relatar para sua família o fato de ser homossexual.
Imagem: Amazon Prime Video (Divulgação)
Este é Frank (Paul Bettany), que é muito querido por sua família, e possui uma relação muito íntima e amigável com sua sobrinha Beth (Sophia Lillis) e ele é justamente encarregado de levar a própria para o velório do patriarca da família. Mas nesta viagem ela descobre muito mais sobre os segredos de seu tio.
Imagem: Amazon Prime Video (Divulgação)
Apesar do roteiro de Alan Ball (que também assina a direção) não procurar focar apenas na vida do próprio protagonista, mas sim na sua relação com sua própria família (cujos membros são similares com muitas pessoas verídicas). Essa semelhança é a forma de conexão de Frank com o espectador. O recurso funciona, se você estiver hábil para adentrar de cabeça na vida do citado.
Fora estes quesitos citados, o filme se embanana um pouco sobre que tipo de produção ela quer ser. Não sabemos se é um road movie (filme que se passa em estradas), uma comédia, um drama ou até mesmo uma produção sobre memórias do protagonista. Isso faz perder alguns pontos, pois Ball não se decide exatamente.
“Uncle Frank” poderia ter sido um filme mais ácido e ter aberto portas para mais discussões, porém, acaba apelando para o caminho fácil e se torna mais uma produção que irá se perder no catálogo da Amazon.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.