Com um lançamento um tanto que sigiloso, não hesito em dizer que “Freaky: No Corpo de Um Assassino” foi uma das grandes surpresas que o cinema nos promoveu neste conturbado ano de 2020. Com direção e roteiro de Christopher Landon (junto de Michael Kennedy, os dois em “A Morte Te Dá Parabéns“) e produção do cineasta Jason Blum, aqueles aproveitam o mesmo estilo satírico do longa citado para conceber a narrativa, pois eles pegam um escopo já conhecido e exercem um desenvolvimento diferenciado e bem executado.

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

A história gira em torno da tímida líder de torcida Millie (Kathryn Newton) que, após ter sido esfaqueada pelo serial killer conhecido como carniceiro (Vince Vaugh), acaba trocando de corpo com ele. Então ela descobre que terá de procurar pelo mesmo em 24 horas para poder voltar ao seu corpo ou viver eternamente na pele do assassino.

Começo destacando que o roteiro sabe e muito bem explorar a tonalidade de comédia e horror. Brincando com filmes clássicos como “Sexta-Feira 13” e “Psicose” (cujo remake foi justamente estrelado por Vaugh), Landon não poupa sangue e aflição nas cenas envolvendo as mortes (que são muito bem elaboradas e melhor que outras produções de horror em cartaz no cinemas). Quando a comédia toma conta do recinto, as gargalhadas são eminentes principalmente pelo comportamento “adolescente” de Vaugh e as caras “frias” de Newton (que estão muito bem em seus papéis).

Porém como estamos falando de um filme com um escopo “conhecido” e, obviamente, há algumas facilidades narrativas executadas. Mas apesar de notáveis, elas não chegam a prejudicar a narrativa (como a questão da irmã de Millie ser justamente uma policial e já matarmos todo o arco envolto a ela).

“Freaky: No Corpo de Um Assassino” foi uma grata surpresa promovida pela Blumhouse neste final de ano bastante tenso e vazio. RECOMENDO!

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.