Crítica - Liga da Justiça de Zack Snyder - Engenharia do Cinema

publicado em:18/03/21 12:55 PM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto

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A história deste filme é uma das mais polêmicas da história do cinema, pois é o típico caso de como um grupo de executivos pode estragar inteiramente uma obra-prima. Em meados de 2017 o cineasta Zack Snyder se afastou da produção de “Liga da Justiça“, por conta do suicídio de sua filha. O ato acabou fazendo a Warner Bros contratar Joss Whedon (o mesmo dos dois primeiros “Os Vingadores”), que fez outro filme completamente diferente e aproveitou apenas o escopo. O resultado foi tão pífio, que durante anos os fãs, atores e envolvidos na produção original pediram para o lançamento deste filme.

Após muita insistência e várias campanhas (algumas inclusive divulgadas pelo próprio Engenharia do Cinema), a divisão da HBO Max assumiu o orçamento de U$ 30 milhões para finalizar o filme (mesmo a muito contragosto da Warner). Lançado exclusivamente no serviço desta nos EUA, no restante do mundo “Liga da Justiça de Zack Snyder” foi disponibilizado para aluguel em vários serviços on-demand por um período de tempo (já que o HBO Max irá começar a se espalhar por vários países no final deste semestre, e a produção fará parte do próprio).

Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação)

A história é exatamente a mesma do filme de 2017, onde Batman (Ben Affleck), Mulher Maravilha (Gal Gadot), Flash (Ezra Miller), Ciborgue (Ray Fisher) e Aquamen (Jason Momoa) unem forças para enfrentar o exército de Darkside (e não mais o “capanga” Lobo da Estepe), enquanto este junta suas forças para trazer o caos global.

Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação)

Se você acha que irá assistir apenas uma mera versão do diretor com algumas cenas extras, saiba que agora estamos falando de um filme completamente novo. 80% do que já havia sido mostrado, foi completamente mudado e outros rumos foram tomados nesta versão. Inclusive algumas cenas (como o resgate dos funcionários da Star e até mesmo a batalha do Lobo com as Amazonas) são apresentadas de formas totalmente divergentes da versão de Whedon. Elas mudam não só na dinâmica do humor, mas também na edição e na retratação dos mínimos detalhes destas cenas (sim, não há mais cortes bruscos e os notáveis “remendos” dentre as cenas). Isso sem falar que o clima colorido não existe mais, pois a marca dark de Snyder ganha mais força agora.

No meio deste clima sombrio, personagens como Ciborgue e Flash são devidamente apresentados ao público e não meramente jogados como “coadjuvantes de luxo”. O primeiro tem a maior carga dramática do longa e acaba até ganhando uma importância maior, enquanto o segundo ainda serve como um alívio cômico, mas tem seus poderes das HQs mais explorados.

Mas quatro horas são muito tempo de duração!” De fato, o longa possui essa metragem não só porque ele gasta muito tempo nos apresentando personagens novos como os dois citados (que se tivessem seus filmes solos lançados antes, não haveria essa necessidade), como também estamos falando de uma narrativa que explora todos os seis heróis em suas vidas pessoais (algo que até mesmo um único filme dos Vingadores, não chegou a fazer).

Felizmente a história possui um estilo tão adentro e emocionante, que dificilmente sentimos sua extensa duração. Inclusive a divisão entre capítulos ajuda quem procura ver o longa como se fosse um seriado (um recurso que está sendo bem usado em produções com durações mais extensas).

Após terminar a exibição de “Liga da Justiça de Zack Snyder“, podemos falar que este é o filme oficial de “Liga da Justiça“. Enquanto a de Joss Whedon será sempre uma versão “aleatória e porca”, que deve ser usada como exemplo de como jamais executivos devem se meter em projetos como este.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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