Crítica - Nomadland - Engenharia do Cinema
Desde que venceu o Festival de Veneza em 2020, “Nomadland” tem chamado bastante atenção de todos pelo simples fato de conseguir vencer como melhor filme na maioria das premiações que vem sido indicado (e já é quase como certa sua vitória no Oscar, também). Dirigido, escrito e editado por Chloé Zhao (que também tem levado todos os prêmios em direção), ela procura explorar seu enredo usando apenas dois atores conhecidos (Frances McDormand e David Strathairn) e no restante pessoas e situações totalmente reais.
Imagem: 20th Century Studios (Divulgação)
O enredo é centrado em Fern (McDormand), uma mulher que vive em uma van e viaja pelos EUA realizando vários trabalhos distintos e participando de eventos em prol de outras pessoas que vivem como nômades. Porém ela e todas as pessoas que vivem neste estilo, possuem histórias e dramas pessoais que lhes fizeram viver neste tipo de situação.
Imagem: 20th Century Studios (Divulgação)
Quero deixar você ciente que este filme é totalmente diferente do que já foi executado antes (apesar que o cinema em si, nunca conseguiu fazer devidamente), pois Zhao mescla de forma sutil um documentário sobre nômades e um filme de ficção. Para se ter uma ideia muitas das pessoas que são mostradas, sequer sabiam que McDormand era uma atriz vencedora do Oscar (algumas acabaram sabendo depois do trabalho ser concluído). Isso mostra que a própria manteve o profissionalismo e a todo momento parecia mesmo como uma pessoa carregando traumas, medos, incertezas, sem deixar seus sonhos de lado (vide a cena onde ela entra com duas amigas em um trailer modernizado).
O que também auxilia nesta retratação é a fotografia de Joshua James Richards (que também está indicado ao Oscar), cujas tonalidades acinzentadas sempre procuram focar e retratar a beleza/solidão nos lugares aos quais Fern passa pelo filme (inclusive muitas delas dariam ótimos quadros e papéis de paredes). Agora isso mesclado com a trilha sonora Ludovico Einaudi, só nos faz ainda mais embarcar na trama (já que acabam se tornando algo emocionante de se ver).
“Nomadland” é um filme sensível, marcante e que em tempos onde a situação trabalhista está totalmente com várias incertezas, e serve como reflexão de que não é apenas no Brasil que o ser humano está passando por situações delicadas.
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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.