Crítica - Oxigênio - Engenharia do Cinema
Realizada em parceria entre EUA e França, o novo suspense da Netflix “Oxigênio” lembra e muito “Enterrado Vivo” com Ryan Reynolds. Ao invés de termos um ator enterrado a sete palmos e munido apenas de um telefone celular, durante boa parte da projeção, em seu lugar entra a francesa Mélanie Laurent (que curiosamente trabalhou com ele em “Esquadrão 6”) e agora ela se encontra em uma misteriosa câmara automatizada. Com o oxigênio cada vez mais perto de acabar, ela tem de encontrar uma saída e descobrir como foi parar lá dentro.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Embora a direção de Alexandra Aja (“Predadores Assassinos”) consegue tirar bons momentos de aflição com os constantes enquadramentos quando a protagonista retira agulhas e objetos de si (alguns realmente impressionam e o estresse transposto é em mérito da própria Laurent). Porém ele peca ao utilizar o recurso de flashback como arma de explicação para alguns atos (tirando um pouco da sensação de claustrofobia que ia se desenvolvendo).
Imagem: Netflix (Divulgação)
Mas já aviso de antemão que este suspense funciona e muito, principalmente se você o assiste completamente focado na trama e desligado de outras coisas (como celulares, conversas e afins). Porque a grande jogada de produções como “Oxigênio” não é apenas tirar uma boa atuação de seu ator protagonista, mas sim nos colocar dentro daquele cenário e na pele deste, mediante esta situação bastante delicada. Outra dica que eu dou é você evitar ler demais sobre esta produção, pois spoilers também irão facilmente estragar sua experiência (afinal, a graça também é entender como ela foi parar lá dentro).
“Oxigênio” foi uma grata surpresa lançada pela Netflix e que certamente pegará desprevenido os fãs de suspense durante este meio de maio.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.