Crítica - Um Fascinante Mundo Novo - Engenharia do Cinema
Este é aquele típico projeto idealizado para ser exibido em festivais de cinema pelo mundo, cujo propósito apenas serve para apresentar o talento dos atores e cineastas envolvidos nas obras. “Um Fascinante Mundo Novo” foi lançado no Festival de Veneza, em setembro do ano passado e pode perfeitamente se enquadrar neste quesito. Sendo estrelado por Katherine Waterston e Vanessa Kirby, este drama de época pode até ser confundido com o recente “Amonite” por se tratar de um drama de época LGBTQIA+ (devido ao fato de serem lançados quase juntos, com diferença de dois meses).
Imagem: Sony Pictures (Divulgação)
Baseado no livro de Jim Shepard (que também adapta o roteiro com Ron Hansen), a história gira em torno da camponesa Abigail (Waterston), que está vivendo uma enorme crise no casamento com Dyer (Casey Affleck). É quando ela acaba conhecendo a esposa de um conhecido deste, Tallie (Kirby), por quem começa a se apaixonar aos poucos.
Imagem: Sony Pictures (Divulgação)
O principal problema nesta narrativa é que em momento algum conseguimos nos interessar pelos personagens, e a todo momento sentimos que as situações são totalmente forçadas. Embora Katherine Waterston e Vanessa Kirby já tenham se mostrado como ótimas atrizes, é difícil tentar comprar o roteiro estabelecido pela dupla. Assim como em “Amonite”, a trama extrapola para o quesito de que temos uma protagonista x que está depressiva e ao se apaixonar muda completamente o perfil.
Embora o roteiro trabalhe também os personagens de Affleck e Christopher Abbott (que vive o marido de Tallie), devido ao fato deles estarem em péssimas atuações também, a direção não consegue sequer fazer com que tudo seja bem explorado ou até mesmo seja convincente em relação a trama principal. Mas antes que fale que tudo seja uma bomba, a fotografia de André Chemetoff e o figurino de Luminita Lungu são realmente os carros chefes desta produção, devido a tamanha qualidade no trabalho.
“Um Fascinante Mundo Novo” é uma obra que bebe do mesmo de outras obras LGBTQIA+ de época, onde consegue se sobressair apenas em quesitos técnicos.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.