Crítica - O Homem de Palha - Engenharia do Cinema

publicado em:14/06/21 10:00 AM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto

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Lançado no Brasil pela Obras Primas do Cinema, o clássico de Robin Hardy, “O Homem de Palha” possui ao todo três versões (cinema, diretor e definitiva, pelas quais estão incluídas na edição citada). A versão de cinema foi lançada em 1973 (época que também o cinema estava conhecendo os clássicos “O Exorcista” e “O Massacre da Serra Elétrica“) e assim como no famoso caso de “Liga de Justiça de Zack Snyder“, Hardy sofreu vários problemas em sua concepção com os produtores (que cortaram grande parte das cenas e fizeram outra edição, totalizando um corte final de 88 minutos). Ele conseguiu lançar uma versão com seu corte seis anos depois, em 1979 (que infelizmente acabou se perdendo anos depois). Neste meio tempo, em 2005 foi realizada uma refilmagem da obra de Hardy, rotulada como “O Sacrífico” estrelada por Nicolas Cage (que até hoje é considerada sua primeira produção com qualidade pífia, nesta nova fase na carreira) e que muitos a veem como uma ofensa (por também distorcer ainda mais a ideia do clássico).

Detentora dos direitos do longa, a produtora Studio Canal mobilizou no início dos anos de 2010 uma campanha em redes sociais para encontrar a versão citada no formato de 35mm (com duração de 100 minutos). Ela foi achada e enviada para o diretor Robin Hardy que confirmou se tratar da mesma versão feita por ele no passado (apesar de algumas cenas terem se perdido). Então foi lançada a versão definitiva, sendo disponibilizada em 2013 em comemoração aos 40 anos de lançamento da produção (totalizando 94 minutos).

Imagem: Studio Canal (Divulgação)

A história é inspirada na novela de David Pinner, e mostra o Sargento Howie (Edward Woodward) sendo encarregado de procurar a jovem Rowan Morrison. Indo até a pequena cidade de Summerisle, na Escócia, ele percebe que apesar do local soar um tanto que “natural ao extremo”, algo sombrio realmente está ocorrendo no local.

Imagem: Studio Canal (Divulgação)

Os cinéfilos mais assíduos sabem a importância que “O Homem de Palha” possui na história do cinema, por diversos motivos. Sendo responsável por inspirar vários sucessos como “Midsommar“, “Cemitério Maldito” e “A Vila“, pode-se dizer que Hardy foi o “Pai do terror psicológico”, mostrando que era possível fazer situações “sem sentido” terem como plano de fundo algo realmente perturbador (no sentido de ficarmos pensando nelas durante dias após termos conferido o filme). Usufruindo do sexo como um intermediário a essas situações, facilmente pode-se notar a bizarrice em diversas situações apresentadas (vide a cena da dança de Willow, vivida por Britt Ekland).

Isso sem citar no quesito das atuações de Woodward e do veterano Christopher Lee, que além de ter roubado a cena no papel do Lorde de Summerisle, não cobrou um centavo para atuar na produção (algo que ele sempre salientava em vida e tinha um enorme carinho ao defini-lo como o melhor de toda sua carreira). Apesar do primeiro estar muito bem, ele sempre acaba sendo deixado pra escanteio por caracteres como o de Lee e da própria Ekland (cuja persona de Femme Fatale, até lhe rendeu um papel como Bondgirl em “007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro“).

O Homem de Palha” é um dos maiores clássicos do cinema de horror, pelos quais sua história envolve a batalha de Robin Hardy para transpor sua visão do longa, serve como uma lição de que um verdadeiro cineasta jamais deve desistir de sua obra.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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