Crítica - Velozes e Furiosos 9 - Engenharia do Cinema
Após ser adiado em quase um ano por conta da pandemia, “Velozes e Furiosos 9” bebe da fórmula dos últimos longas da franquia e nos apresenta um mais do mesmo. Tentando encaixar todos os personagens apresentados nos últimos 20 anos de criação deste universo, o roteiro de Daniel Casey e Justin Lin (que volta a dirigir um filme da franquia, após ter trabalhado no sexto em 2013) nos apresenta situações malucas e vários fan-services que podem ou não agradar os fãs. Sim, este filme é o que provavelmente irá dividir e muito a opinião dos fãs.
Imagem: Universal Pictures (Divulgação)
A história tem início quando o Senhor Ninguém (Kurt Russell) manda uma mensagem para Dom (Vin Diesel) e sua trupe, sobre a hacker Cyper (Charlize Theron) ter escapado do avião que ele estava a levando para a prisão. Ao analisarem a situação a fundo, descobrem a existência de um dispositivo perigoso e que o sumido irmão de Dom, Jakob (John Cena) deseja dominar a mesma a todo custo.
Imagem: Universal Pictures (Divulgação)
Como estamos falando de um filme da franquia “Velozes e Furiosos“, não faz sentido algum você ir assistir buscando alguma lógica e sentido nos arcos estabelecidos em cena. Com diversas cenas de ação bem realizadas (inclusive regadas a efeitos visuais práticos, marca do próprio diretor Justin Lin), e uma utilização de CGI quando necessário (porém algumas acabam perdendo um pouco do frescor das cenas) as cenas de ação continuam nos prendendo e divertindo na medida certa.
Agora partindo para a análise da trama, os furos no roteiro são incontáveis (como nas cenas de perseguição e explosões no meio de uma avenida, onde os pedestres e o próprio trânsito ficam totalmente normais o tempo todo). Isso sem contar algumas aparições de nomes como Kurt Russell, Charlize Theron, Helen Mirren (que possui uma das mais divertidas cenas do longa), Shea Whigham e Cardi B como meros fã services, sem uma exploração mais a fundo. São apenas “chaves” para uma próxima sequência (literalmente) e nada mais (algo que inclusive já é normal nos filmes da Marvel). Isso acaba transformando as duas horas e meia de produção, meramente desnecessárias (poderiam facilmente ser duas horas).
“Velozes e Furiosos 9” não foge do padrão da franquia, mas entre todos os títulos desta é o mais fraco exemplar desde o segundo longa, lançado em 2003.
Obs: Há uma cena pós-créditos bastante divertida e que abrirá portas para o décimo filme.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.