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Após ter sua estreia nos cinemas cancelada e direcionada direto para o Disney+, o novo longa de animação da Pixar se mostrou com um hype diminuído para o grande público. Não tendo o mesmo glamour de “Soul” e não fazendo escorrer lágrimas como em “Dois Irmãos“, “Luca” se mostra como o filme mais simplório e menos usufrui do selo do estúdio no quesito “sei que eu vou chorar e me sentir marcado no final”.

Imagem: Walt Disney Pictures (Divulgação)

A história mostra o monstro marinho Luca, que após se deparar com estranhos objetos em sua região, percebe que existe um universo fora do mar. Mesmo com seus pais proibindo que ele saia do local, este acaba conhecendo Alberto (que pertence à mesma espécie que ele), pelo qual o leva para a superfície e descobre o fato dele se transformar em um ser humano, quando ele se abstém do contato com a água.

Imagem: Walt Disney Pictures (Divulgação)

Escrito por Jesse Andrews e Mike Jones, é notório o fato deles quererem homenagear os sucedidos longas “Splash – Uma Sereia em Minha Vida” e “Me Chame Pelo Seu Nome” (inclusive o cenário da cidade, remete e muito ao filme de Luca Guadagnino). Mas como bem sabemos, isso não é necessário para estabelecermos uma compaixão com produções do selo Pixar. A todo momento situações já apresentadas em outros filmes (inclusive no primeiro citado), são recicladas no contexto da trama (como o estranhamento do protagonistas estarem em uma nova cultura,o que faz usar uma fachada para ficar no local, enquanto um personagem aparece e vira seu amigo nesta nova jornada e etc).

Os mais adultos podem não acabar gostando deste tipo de narrativa, pois já conhecem este enredo de forma exaustiva. Agora uma criança com menos de 12 anos, provavelmente irá se deslumbrar com o que está sendo apresentado (ainda mais se ela não cresceu vendo “Procurando Nemo“). Mas alto lá, não estou falando de uma bomba, muito pelo contrário! A produção dirigida por Enrico Casarosa consegue divertir durante seus quase 100 minutos de duração em diversos aspectos (afinal, temos dois protagonistas divertidos, um vilão real e situações que remetem à realidade).

“Luca” é sem dúvidas um dos filmes mais fracos da Pixar, no nível da franquia “Carros”. Mas diverte quem procura apenas uma produção animada sem compromisso e nada mais.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.