Crítica - Kimi: Alguém Está Ouvindo - Engenharia do Cinema
Sendo o terceiro longa do cineasta Steven Sodebergh para o HBO Max, após os medianos “Let Them All Talk” e “Nem um Passo em Falso“, “Kimi: Alguém Está Ouvindo” é seu filme mais simples em anos e realmente conseguiu ser seu melhor projeto cinematográfico desde “Distúrbio” (que foi inteiramente filmado com Iphone), lançado em 2018. Estrelado por Zoë Kravitz, pode-se dizer que é o primeiro grande projeto que explora uma protagonista com uma certa “neura” em um cenário de pandemia, porém este é apenas um mero detalhe no perfil da mesma (já que este não é o foco).
Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação)
A história gira em torno da analista de sistemas do sistema operacional Kimi, Angela (Kravitz), que sofre de agorafobia. Durante seu trabalho em home-office, ela descobre um áudio de um crime e resolve contestar para seu superior. Porém ela não imaginava a gravidade do mesmo, diante de toda sua empresa.
Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação)
O roteiro de David Koepp realmente consegue se aproveitar de várias situações que mudaram diante do cenário de pandemia, durante sua narrativa. Seja pelo fato da falta de necessidade de uma pessoa ir até a empresa em que trabalha, e ser desconhecida por várias pessoas da mesma e até mesmo como a sociedade está independente com relação ao uso de mascaras (onde algumas pessoas usam e outras não, independentemente do local).
Diante desta situação, é criada uma produção de suspense de primeira, onde passamos a compreender a mente de Angela (mérito também da própria Kravitz, que realmente transpõe estes sentimentos) e ver que várias pessoas ficaram como ela. Porém, há um breve ploat que chega a aumentar ainda mais esta situação e funciona.
Com uma piada de Alfred Hitchcock na direção de Sodebergh, (principalmente se tratando de “Janela Indiscreta”) vemos que este notoriamente não cai na mesmice do clássico citado (o que tem ocorrido com várias produções do gênero). Inclusive a metragem é exata para este tipo de projeção (no máximo, 90 minutos são suficientes para este tipo de filme).
“Kimi: Alguém Está Ouvindo” é realmente um suspense que consegue se aproveitar da situação imposta pela pandemia, para entregar um suspense bem interessante.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.