Crítica - Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore - Engenharia do Cinema
Quatro anos depois do lançamento de “Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald“, a Warner Bros. lançou este ano “Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore” com o intuito de ser uma verdadeira homenagem de toda franquia do universo de Harry Potter. Antes de David Yates assumir a cadeira de diretor com “A Ordem da Fênix” (e até então tem assumido todas as produções deste universo), nomes como Chris Columbus, Afonso Cuarón e Mike Newell tiveram outras abordagens para as diversas aventuras do bruxinho. E com perspectiva nestes trabalhos, Yates concebeu este projeto (afinal, já fazem 20 anos desde o primeiro filme de Harry Potter).
Imagem: Warner Bros. Pictures (Divulgação)
Na trama, Albus Dumbledore (Jude Law) recorre para Newt Scamander (Eddie Redmayne), Theseus Scamander (Callum Turner), Jacob Kowalski (Dan Fogler) e a Professora Lally (Jessica Williams), para lhe ajudarem a deter o perigoso Gellert Grindelwald (Mads Mikkelsen), que agora conseguiu não só absolvição de seus crimes, como também está tentando assumir o controle do Ministério da Magia.
Imagem: Warner Bros. Pictures (Divulgação)
Já aviso de antemão que estamos falando de uma cinessérie, ou seja, este filme depende dos outros dois primeiros para serem compreendidos. Então, já embarque nesta jornada já ciente que possivelmente ela ainda terá mais capítulos propositalmente. Embora o roteiro de J.K. Rowling e Steve Kloves tiveram um enorme cuidado para poder explorar tudo aquilo que foi jogado em cena nesta sequência. Seja a questão sociopolítica do próprio Ministério da Magia, até mesmo a vida pessoal de Dumbledore (que inclusive é o verdadeiro protagonista da vez) e a abordagem (mas sem aprofundar muito) de coadjuvantes como Newt (mesmo sendo vendido como o principal, ele acaba sendo jogado para escanteio), Jacob, Lally e Theseus. Sobre Maria Fernanda Cândido, com sua Vicência Santos, prefiro me abster de falar sobre, para não entrar no mérito de spoilers.
Porém esta profundidade com os coadjuvantes só funcionará mesmo, se você já tiver visto os dois longas antecessores da franquia. Caso contrário, não espere nenhum apelo para você passar a gostar destes agora. Com relação a nova roupagem de Grindelwald (antes era vivido por Johnny Depp, que se desligou da franquia por problemas pessoais), realmente não há uma explicação plausível para a troca dos atores e já começam como se “nada tivesse ocorrido”. Independentemente disto, Mikkelsen conseguiu transpor a presença vilanesca do mesmo, embora ele já tenha sido fincado como vilão em vários filmes populares como “007 – Cassino Royale“.
Agora partindo para o trabalho de direção de David Yates, realmente ele procurou colocar aquela mesma tensão e emoção visceral que vivenciamos há cerca de 20 anos, no início da franquia cinematográfica de Harry Potter. Seja as cenas de ação no meio das florestas, a apresentação da escola de Hogwarts (cujo arco chega a arrepiar os fãs mais ávidos) e até mesmo as cenas de batalha com magias. Tudo realmente foi feito pensando em homenagear o legado deste universo. Lembrando que a trilha sonora de James Newton Howard acaba sendo uma verdadeira cereja do bolo (com direito a uma repaginação da trilha sonora dos primeiros filmes do Harry).
“Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore” acaba sendo uma verdadeira carta de amor para o universo de Harry Potter e certamente irá arrancar muitas emoções e suspiros dos espectadores.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.