Crítica - A Princesa da Yakuza - Engenharia do Cinema

publicado em:25/04/22 10:00 AM por: Gabriel Fernandes CríticasFilmesNetflixTexto

Filmado em 2019, “A Princesa da Yakuza” foi mais um filme do cineasta Vicente Amorim (“Corações Sujos“) que mesclou Brasil e Japão. Previsto para ser lançado nos cinemas pela Warner Bros, esta vendeu para a Netflix os direitos, que lançou a produção agora em sua plataforma. Inspirada na HQ de Danilo Beyruth, certamente esta obra foi bastante influenciada pelo cinema Yakuza (pelos quais fazem muito sucesso no Japão e costumam focar em guerras de gangues do país, com cenas regadas a bastante violência), só que acabou sendo uma cópia barata do estilo.

Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação)

 A história gira em torno de Akemi (MASUMI), que vive no bairro da Independência em São Paulo, no Brasil. Após ter seu caminho cruzado com um homem misterioso (Jonathan Rhys Meyers), ela percebe que é neta de um dos maiores nomes da Yakuza, e que terá de enfrentar vários membros dela que estão vindo do Japão.    

Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação)

Apesar de estarmos falando de um dos protagonistas ser vítima de amnésia, o roteiro de Fernando Toste, Kimi Lee, Tubaldini Shelling e do próprio Amorim é totalmente confuso e amador. Mesmo com uma direção de arte que consegue captar o estilo Cyberpunk da noite paulistana (que é plausível para este tipo de gênero), a narrativa é bastante precária. Em momento algum conseguimos ter apreço pelos personagens (afinal, os atores estão bem canastrões), e tudo é simplesmente jogado na tela, com o intuito de apenas falar “olha como estamos homenageando o cinema japonês!”.

Uma coisa curiosa é que realmente a narrativa é totalmente estranha ao abordar os idiomas nos locais. Em alguns momentos um mesmo personagem fala inglês e japonês em uma mesma frase, em uma conversa informal (claramente o intuito foi tentar vender a obra para os EUA, por conta da citação deste quesito também). Isso não acaba nem aproximando o espectador, pois não soa como natural (e sim, estranho).

Para piorar a situação, a única escapatória acaba sendo as cenas de luta e violência, pelas quais não são bem filmadas (já que claramente não havia tempo para os atores treinarem as acrobacias, então o diretor escondeu isso com jogos de câmera). Saudades de um cinema do Kurosawa (“Os 7 Samurais”), nestas horas. 

Em seu desfecho vemos que “A Princesa da Yakuza” foi realmente pensado para ser uma franquia pseudo japonesa/brasileira, mas acaba sendo totalmente clichê e forçado.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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