Crítica - Chamas da Vingança (2022) - Engenharia do Cinema

publicado em:22/05/22 12:31 PM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto

Apoio

Sabe quando nós pegamos um filme que gostamos bastante, e resolvemos apenas selecionar algumas cenas (como se fossem esquetes) para rever? Foi essa a sensação que tive ao conferir este remake “Chamas da Vingança“, que realmente se parece ter sido feito por esta situação pela Blumhouse e a Universal Pictures. Inspirado na obra de Stephen King (“It – A Coisa”), certamente vemos mais um notório caso de que pegaram apenas a ideia do livro, e distinguiram apenas com os “melhores momentos” do mesmo.

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

A história gira em torno de Charlie McGee (Ryan Kiera Armstrong), que começa a perceber que possui poderes paranormais, ao soltar fogo em situações esporádicas ou quando sente medo. Só que ela não imaginava que seu Pai, Andy (Zac Efron) foi cobaia de uma companhia que estudava poderes paranormais em seres humanos. O que fará a dupla ter de fugir da organização, quando esta descobre que ambos ainda estão vivos.

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

Realmente este filme possui vários problemas, que os fazem ser ruim em diversos aspectos. Seja pela porca edição, que não se deu ao trabalho de explorar a fluidez de algumas cenas (inclusive o diretor Keith Thomas não é bom, pois ele constantemente apelava em focar na cara dos atores para “tirar” olhares dramáticos), ou até mesmo a trilha sonora mal executada de John Carpenter (que chegou a dirigir uma boa parte da produção dos anos 80, mas largou o trabalho por divergências criativas), que executa melodias pobres e clichês para as cenas chave (inclusive, ele deve ter topado apenas por conta do cachê).   

Isso porque não entrei ainda no mérito dos efeitos visuais, cujas tomadas envolvendo alguns personagens pegando fogo, são nítidas que eles estavam usando uma roupa especial para este intuito (já que eles não se movem, e ficam apenas sempre fazendo o mesmo movimento). Com uma atenção breve, é nítido que quaisquer espectadores notaram isso. Pior, que a atriz mirim Ryan Kiera Armstrong tenta se esforçar (e realmente ela manda bem) mesmo ciente que ela não tinha um material bom em mãos.    

Afinal de contas, o roteiro de Scott Teems não se preocupa em detalhar ou até mesmo criar atmosferas para termos empatia com Charlie e Andy. E isso faz com que quaisquer chances de possíveis arcos de suspense, sejam jogados no lixo. Isso sem citar, que às vezes Efron parece uma versão imbecil do Professor Xavier (não estou brincando), combatendo um vilão (Michael Greyeyes) que parece ter saído de uma novela mexicana ou até mesmo da icônica novela da Record, “Os Mutantes”.

Em seu desfecho, “Chamas da Vingança” mostra que a protagonista deveria ter tacado fogo no próprio filme, de tão vergonhosa que se torna esta produção.

Gabriel_Fernandes

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



A última modificação foi feita em:agosto 7th, 2022 as 16:04


Post Tags

Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


Comentários



Adicionar Comentário