Crítica - Stranger Things (4ª Temporada - Parte 2) - Engenharia do Cinema
Chegando com tudo na Netflix, esta segunda parte da quarta temporada de “Stranger Things” começa com tensões para todos os lados. Primeiro com a deixa enorme que o desfecho do último capítulo, cujo vácuo foi enorme diante de várias situações em que alguns personagens se encontravam. Segundo que o escopo criado pelos irmãos Duffer e os diretores Shawn Levy (“Free Guy“) e Nimród Antal (“Predadores“), conseguia prender a atenção até do espectador mais desatento (uma vez que eles referenciam o melhor de cineseries como “A Hora do Pesadelo” e clássicos como “Papilon“). Felizmente, estamos falando de dois episódios cuja pegada continua sendo a mesma.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Os dois últimos episódios tem inicio com o grupo se preparando para enfrentar o vilão Vecna (Jamie Campbell Bower), ao mesmo tempo em que outra parte ainda está tentando tirar Hoper (David Harbour) da prisão comunista na qual ele se encontra.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Com todas as explicações e flashbacks já exibidos na primeira parte, esta segunda funciona totalmente como uma ação desenfreada e “recompensa” por termos nos aguentado até aqui. Com um teor enorme beirando aos Thrillers de horror dos anos 80 (inclusive, alguns arcos do Vecna se assemelham ainda mais com o vilão Freddy Krueger), a todo momento nos sentimos na pele dos protagonistas e às ameaças são iminentes em qualquer cenário. Seja por intermédio de uma luz, até mesmo durante uma simples cena de romance.
Sem entrar em território de spoilers, os grandes destaques desta vez acabam beirando para Noah Schnapp (Will) e Sadie Sink (Max), pois há algumas situações onde eles precisam expor seus sentimentos com mais ênfase que outros personagens. Porém, muitos se questionaram se realmente é plausível ter dois episódios com metragens de 90 e 150 minutos, respectivamente, e a minha resposta é que sim. Porque, tudo que é mostrado precisava ter uma retratação mais detalhada e as cenas de ação/suspense.
Não caindo em contradição com o que já havia sido mostrado na primeira parte desta temporada de “Stranger Things“, a série ainda mostra que é possível a Netflix conseguir realizar bons conteúdos sem apelar para sensacionalismo barato.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.