Crítica - Armageddon Time - Engenharia do Cinema

publicado em:28/01/23 10:00 AM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto

Entre “Belfast” e “Os Fabelmans“, que narraram as trajetórias dos cineastas Kenneth Branagh e Steven Spielberg, respectivamente (embora os enredos usam pseudônimos, para retratar os mesmos e seus familiares), “Armageddon Time” tem como base a juventude do cineasta James Gray (“AD Astra” e “Os Donos da Noite”). Embora não seja tão conhecido pelo grande público como os citados, fica nítido que o cineasta resolveu abrir seu álbum de família para um público que não o conhece, mas tem a grande sensação de que já viu essas histórias outras vezes.    

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

A história é centrada no jovem Paul Graff (Banks Repeta) que vive uma rotina totalmente pacata com sua família, onde ele possui mais carinho e respeito pelo seu avô Aaron Rabinowitz (Anthony Hopkins). Ao mesmo tempo está tendo vários conflitos em sua escola, principalmente pela relação polêmica com o rebelde Johnny Davis (Jaylin Webb), que está o levando para o mal caminho.

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

O principal problema deste filme, é que Gray parece estar contando uma história apenas para pessoas do seu próprio convívio, ao invés do público em geral. Em momento algum conseguimos criar simpatia por Paul, muito menos por sua família (com exceção de Aaron, que possui uma excelente interpretação de Hopkins) e isso se torna prejudicial por estarmos falando de um filme que apresenta sua própria família ao mundo.    

Isso sem citar que há vários assuntos abordados de maneira totalmente rasa como a questão do racismo, preconceito com o judaísmo e até mesmo utilização de drogas (que poderia ter sido mostrado de maneira sensível e mais impactante, e é deixado de escanteio). Por mais que a história seja na perspectiva de Paul, faltou um aprofundamento pela parte de Gray (inclusive, a sensação que o filme deixa é de vácuo).

Tudo soa muito previsível e uma verdeira reciclagem de clássicos da “Sessão da Tarde” dos anos 80/90, mas sem aquela magia que nos fazia se importar com os personagens. E chega a ser triste, vermos nomes como Anne Hathaway, Jeremy Strong e até mesmo Jessica Chastain (em uma breve ponta), sendo totalmente sub-aproveitados (já que exercem ótimas atuações, em uma trama pífia).

Armageddon Time” mostra mais um caso pessoal, onde o cineasta faz um filme focado apenas em si mesmo e esquece que ele será contemplado por um grande público.   

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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