Crítica - Os Mercenários 4 - Engenharia do Cinema

publicado em:22/09/23 11:39 PM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto

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Depois de um período de nove anos em relação ao terceiro título da franquia, “Os Mercenários 4” foi um dos projetos que mais sofreram nos bastidores. Além de ter ficado quase um ano na geladeira, as negociações com grandes nomes do gênero de ação aparentemente não acabaram virando como nos antecessores.

Ao invés de terem conseguido chamar astros como Nicolas Cage, John Travolta, Kurt Russell e Pierce Brosnan (estes dois últimos confirmaram que existiram negociações), optaram por colocar nomes como Megan Fox, 50 Cent, Tony Jaa, Jacob Scipio, Andy Garcia e Iko Uwais. E mesmo com um orçamento de US$ 100 milhões (onde grande parte, possivelmente, foi para os bolsos dos próprios Sylvseter Stallone e Jason Sthatam), fica perceptível que tudo realmente estava uma bagunça até mesmo na hora das gravações.

Imagem: Imagem Filmes (Divulgação)

Após falhar em uma missão, o grupo de Mercenários acabam sendo convocados por Marsh (Garcia) para tentarem impedir um grupo terrorista de acionar uma bomba atômica, que possivelmente irá ocasionar uma Terceira Guerra Mundial.   

Imagem: Imagem Filmes (Divulgação)

Um dos principais fatores deste ser o pior filme da saga, foi por conta dos roteiristas Kurt Wimmer, Tad Daggerhart e Max Adams não saberem realmente o que fazer aqui, depois do próprio Stallone querer ter uma participação menor, em relação às anteriores. Não existem mais cenas marcantes, referências aos clássicos brucutus, muito menos decisões arriscadas em botarem grandes nomes como vilões pela primeira vez (algo que funcionou com Jean Claude Van-Damme e Mel Gibson).

Temos uma Megan Fox totalmente perdida (e sem química alguma com Jason Statham), um Andy Garcia que não tem um terço da presença de Harrison Ford e Bruce Willis (que faziam o mesmo trabalho, e estavam ótimos), um 50 Cent que nem para meme de TikTok serve (lembrando que seu personagem só apareceu para substituir o ator Terry Crews, que assim como outros famosos, não voltou para este quarto longa) e um desconhecido Jacob Scipio (Galan) que só apareceu para substituir Antonio Banderas (já que trata-se de um filho do seu personagem).

Isso porque não entrei no mérito do trabalho do diretor Scott Waugh (“Projeto Extração“), que literalmente usou CGI até para a fachada da casa da Megan Fox (que estava totalmente canastrona, neste arco). Por conta desse absurdo, dificilmente você deve imaginar como ele conduzia uma cena de ação (por mais simples que seja) ou de luta (fazendo enquadramentos nas mãos, pernas e nunca deixando a coreografia ser mostrada como um todo).

Em compensação, ele apela para uma violência cartunesca que até funciona (justificando a censura de 18 anos no Brasil), tirando alguns risos. Só que quando sutilmente ele tenta colocar a própria Fox, como uma “possível” substituta de Sylvester Stallone (de forma sutil, por intermédio de enquadramentos e posicionamentos da própria, na cena), o cenário fica ainda mais vergonhoso. Apesar deste já ter falado que não está interessado em continuar nesta franquia, fica perceptível que o orçamento de US$ 100 milhões, teve grande parte direcionada para o cachê do citado (de tão ruim que o aspecto técnico desta produção é).

Os Mercenários 4” termina sendo um mero caça-níquel, em uma era onde muitos filmes estão carentes de qualidade, ele não procurou ser melhor executado em absolutamente nada.



A última modificação foi feita em:outubro 26th, 2023 as 15:53


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Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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