Crítica - Resistência - Engenharia do Cinema

publicado em:8/10/23 2:00 PM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto

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O cineasta Gareth Edwards ganhou muita fama e notoriedade após ter comandado “Rogue One: Uma História Star Wars” (que até hoje é visto como um dos melhores projetos da Disney, em torno da franquia). Em seu hiato da franquia, ele começou a desenvolver este “Resistência” que não só mescla o que vimos no citado (principalmente em “O Mandaloriano“), como também clássicos do cinema como “Akira“, “Blade Runner“, “ET” e o recente “Elysium“.

Só que por mais que estamos falando de um longa cujos efeitos visuais, fotografia, direção, figurino e design de produção sejam perfeitos, o roteiro é justamente o que menos consegue ser desenvolvido com tamanho cuidado. Sim, uma ótima oportunidade foi jogada no lixo.

Imagem: 20th Century Studios (Divulgação)

A história se passa em um cenário onde a Inteligência Artificial conseguiu tomar conta do mundo, e após a implosão acidental de uma bomba em Los Angeles, o mundo começa a declarar uma guerra entre quaisquer androides que utilizam tal tecnologia. É quando Joshua (John David Washington) e sua equipe são escalados para conter uma nova ameaça, só que ele não esperava que a própria estaria personificada em uma criança (Madeleine Yuna Voyles).   

Imagem: 20th Century Studios (Divulgação)

Chega a ser engraçado que a única coisa plausível para o roteiro de Edwards e Chris Weitz (que já havia trabalhado com ele em “Rogue One”), foi que ambos se encontram para verem juntos vários clássicos do cinema de ficção e ação, e pontuaram as ideias legais para serem inseridas aqui, pois há vários clichês sendo colocados. Desde o álibi da trama conseguir salvar todos ao seu redor com seu poder, até uma base aérea que é a principal causa do caos vivenciado em cena.

Em momento algum conseguimos criar alguma afeição por Joshua e por sua criança, uma vez que em menos de 10 minutos já matamos todos os próximos passos que o enredo irá nos apresentar. Isso ocasiona em uma trama vazia, fazendo com que Edwards apele para o que realmente é perfeito no filme: o visual.

Começando pela fotografia de Greig Fraser e Oren Soffer, que em cada frame facilmente podemos direcionar como um papel de parede. Os efeitos visuais são tão nitidamente perfeitos, que fica quase impossível não acreditarmos que tudo aquilo é real (embora estejamos falando de uma ficção-científica). E isso tudo fica ainda mais belo, quando há uma tomada externa da ambientação ou quando temos os atores dividindo cena com as máquinas.

Porém, chega a ser engraçado que por mais o roteiro esteja escrito porcamente, fica perceptível que Washington, Voyles, Allison Janney (Coronel Howell), Ken Watanabe (Harun) e Gemma Chan (Maya) se esforcem para entregar um bom trabalho. Mas devido a falta de aprofundamento, não adianta muito no fim das contas.

Resistência” acaba sendo uma verdadeira aula de como exercer um aspecto técnico em um longa de grande porte, mas acaba se esquecendo do principal que é ter um roteiro mais aprofundado.



A última modificação foi feita em:novembro 15th, 2023 as 14:12


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Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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