Crítica - O Exorcista: O Devoto - Engenharia do Cinema

publicado em:13/10/23 12:00 PM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto

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Após adquirir os direitos da franquia “O Exorcista” por US$ 400 milhões, a Universal Pictures (com apoio da Blumhouse) iniciou um amplo planejamento em torno do selo com filmes e séries para sua plataforma Peacock, ativações em seus parques , entre outras coisas. Obviamente que eles iriam começar tudo por intermédio de uma nova trilogia cinematográfica e chamou para comandar o projeto ninguém menos que David Gordon Green (que conseguiu fazer um dos piores filmes com Michael Myers, “Halloween Ends“), para dirigir, produzir e escrever com Peter Sattler, Scott Teems e Danny McBride (estes dois últimos também lhe ajudaram nos textos da última trilogia de “Halloween”).

Justamente no aniversário de 50 anos do clássico realizado por William Friedkin (que faleceu neste ano, e por conta disso, o mesmo está sendo vendido como uma “homenagem respeitosa ao legado do mesmo”), que até hoje é o único filme de terror que conseguiu ser indicado nas categorias principais do Oscar (e só perdeu como Melhor Filme por conta de uma campanha contra sua provável vitória, na época).

Em “O Exorcista: O Devoto“, temos sendo colocada em prática mais uma vez a ideia esdrúxula de “querer alterar absurdamente o enredo” para se encaixar aos “padrões atuais”. Sim, eles aqui só não fazem isso, como também exercer algumas situações que chegam até serem ofensivas (no quesito religioso da palavra). 

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

Após as adolescentes Angela (Lidya Jewett) e Katherine (Olivia O’Neill) misteriosamente sumirem por alguns dias, elas reaparecem possuídas por uma entidade maligna. Desesperados, seus pais acabam tendo de recorrer a ajuda da experiente Chris MacNeil (Ellen Burstyn), pela qual já vivenciou isso no passado.

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

Realmente, fica difícil você começar a analisar um filme, onde 99% das coisas que são mostradas em toda sua extensa metragem de quase duas horas, são problemáticas de várias maneiras. Sejam as atuações horrendas por grande parte do elenco, a cena de abertura que parece ter sido feita por um estúdio de efeitos visuais padrão E (inclusive, o que é visto neste arco não tem absolutamente nada haver com a franquia), e discussões que não fazem sentido algum.

Isso sem citar que Ellen Burstyn realmente não estava interessada neste projeto (assim como foi nas outras horrendas continuações da franquia), tanto que ela aparece pouco (e acaba sendo miseravelmente descartada). Pior do que isso, apenas o próprio roteiro que em momento algum não desenvolve nenhum personagem, uma vez que a ideia é jogar apenas os fatos e não aprofunda em absolutamente nada (principalmente no enredo das duas garotas possuídas, que são totalmente mal escritas).

A única coisa que eles usam como “arma” nesta aproximação, são frases de para-choque de caminhão, que só refletem na péssima qualidade do texto. Sim, é quase impossível você não colocar a mão no rosto em algumas decisões banais, exercidas pelos roteiristas. Inclusive, temos aqui o pior arco de exorcismo na história do cinema, pois eles juntam vários contextos que na prática não fazem sentido.

Apesar de estarmos em um ano de gratas surpresas no gênero de horror, “O Exorcista: O Devoto” vai totalmente na contramão ao apresentar um enredo clichê, chato, banal e até mesmo ofensivo.



A última modificação foi feita em:dezembro 20th, 2023 as 01:14


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Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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