Crítica - Five Nights At Freddy's: O Pesadelo Sem Fim - Engenharia do Cinema

publicado em:29/10/23 8:00 PM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto

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Depois de fazer um enorme sucesso em 2014, a industria cinematográfica já começou a mirar em uma adaptação do game ‘Five Nights At Freddy’s’. Primeiramente os direitos chegaram a ficar na mão da Warner Bros, em 2015, mas ela não conseguiu fazer o projeto como imaginava. Foi quando em 2017 passou estes para a Universal Pictures com a Blumhouse, com o roteiro e direção sendo assinados por Chris Colombus.

Mas em 2022, o estúdio divulgou que ele havia deixado o projeto e que o próprio seria realizado agora por Emma Tammi, que não iria apenas dirigir o próprio, como assinaria o roteiro com Seth Cuddeback e Scott Cawthon (criador do game original). Indo em um embalo das produções da Blumhouse que foram feitas as pressas e sem uma análise profunda no roteiro (como as recentes bombas ‘Halloween Ends’ e ‘O Exorcista – O Devoto’), temos aqui mais outra bomba cinematográfica, pelas quais erros grotescos são ‘escondidos’ por intermédio de easter-eggs.   

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

Após se ver desempregado e sem ter como cuidar de sua irmã Abby (Piper Rubio), o jovem Mike (Josh Hutcherson) aceita o trabalho como vigia noturno na ‘Freddy Fazbear’s Pizza’, que está desativada há alguns anos. Só que ele não imaginava que durante a noite, os bonecos animatrônicos do local, ganham vida própria e assumem uma personalidade psicopata.

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

De imediato, muitos acabam se lembrando do recente trash com Nicolas Cage, ‘Willy’s Wonderland – Parque Maldito’ (que não esconde o fato de ser uma cópia desta franquia) e devo confessar que esta obra é anos luz melhor do que a que estamos falando aqui. Nos primeiros minutos, vemos que Tammi não é uma boa diretora, pois além de usar a mesma cena de flashback umas 300 vezes durante toda narrativa (e como desculpa, mudava só com um breve acréscimo), ela não se preocupou em apresentar devidamente seus protagonistas.

Para piorar, na apresentação de cada um destes nós acabamos prevendo quais serão os sobreviventes e vítimas, inclusive algumas situações pelas quais eles irão passar no decorrer da trama. Isso é algo que no gênero de horror não funciona mais, pois este público está cada vez mais exigente em torno de uma narrativa melhor trabalhada e diferente do habitual (embora que o escopo, em sua maioria, sempre sejam iguais). 

Outro quesito é o péssimo desenvolvimento de Mike, onde ele literalmente parece ser um humano que não existe (uma vez que a primeira reação dele ao conviver com os animatrônicos, é a mais ‘tranquila’ e ‘ok’ o possível) e tem como contraponto a sua irmã Abby e a policial Vanessa (Elizabeth Lail), que são totalmente melhores que ele, em tudo. O único ator que você sente que está a vontade e disposto a ir além do material imposto é Matthew Lillard (o Salsicha de ‘Scooby-Doo’), que aos poucos está voltando com tudo aos cinemas.

Tudo é meramente jogado no famoso “porque sim”, acompanhado de um dramalhão mexicano sobre a vida pessoal de Mike e Abby, ao invés dos próprios animatrônicos (que até demoram para aparecer). Estes realmente não foram feitos por CGI, mas sim pela própria Jim Henson Company (responsável pelos bonecos dos ‘Muppets’), resultando em algo bom e interessante. Só que quando estes passam a cometer suas atrocidades, faltou ter uma violência gráfica melhor ao invés de cortarem ou deixar apenas sombras mostrando o que está acontecendo. Sim, este longa clamava por uma censura 18 anos (algo que hoje em dia, tem sido feito na maioria dos filmes e não os impediu de conquistar uma bilheteria alta).  

‘Five Nights At Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim’ pode ter terminado como mais uma produção de péssima qualidade da Blumhouse, mas por conta das altas bilheterias provavelmente terá mais filmes vindo por aí. 



A última modificação foi feita em:dezembro 20th, 2023 as 01:14


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Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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