Até hoje muitos definem como um dos mais fracos da carreira de Scorsese, quando se diz “filmes sobre a máfia”. Mesmo assim, “Os Infiltrados” acabou sendo o responsável por dar finalmente o primeiro Oscar na carreira de Martin Scorsese, em 2007, onde até então era uma das maiores zebras da premiação.

O filme é uma refilmagem do chinês “Conflitos Internos” e mostra uma dupla de policiais recém formados, divididos por dois lados da lei. Enquanto Billy (Leonardo DiCaprio) está em uma péssima fase na vida, acaba sendo contratado para se infiltrar na gangue do perigoso mafioso Frank Costello (Jack Nicholson). Este criou desde pequeno o jovem Colin (Matt Damon), que acabou sendo seu informante de dentro da polícia de Boston.

O roteiro de William Monahan (que até hoje não escreveu mais nenhum filme bom) procura realizar sua narrativa através de um jogo tenso de gato e rato dentre os personagens de DiCaprio e Damon. O tempo todo estamos cientes das atitude de ambos, mas em momento algum os personagens sabem quem está fazendo tais coisas, o que acabou sendo um trabalho excelente da editora Thelma Schoonmaker (levando um Oscar por este trabalho, inclusive). Vale destacar que o próprio Scorsese aproveitou pra colocar alguns recursos narrativos para esconder algumas “previsões” (como um “X” sempre aparecer ao lado de personagens que posteriormente vão morrer).

Em quesito de atuações, todas estão impecáveis. Mas o jeitão casca grossa de Mark Walhberg acabou levando para sua primeira indicação ao Oscar (apesar que muitos, assim este que vos escreve, apostavam na indicação de Jack Nicholson). Mas com toda sinceridade, não era o filme pra dar o Oscar para o DiCaprio ainda.

“Os Infiltrados” ainda permanece como um filme histórico na carreira de Scorsese e uma grande despedida de Jack Nicholson das produções sérias antes de sua aposentadoria das telas.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.