Critica - Liga da Justiça - Engenharia do Cinema

publicado em:28/05/20 5:59 AM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto
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Em meio ao anúncio do lançamento da versão do original do cineasta Zack Snyder para “Liga da Justiça”, resolvi rever o longa de 2017 que havia conferido apenas nas telonas naquele ano. E realmente, ele é um claro exemplo de “bagunça cinematográfica”. A começo de conversa, após o afastamento de Snyder (devido a problemas pessoais e conflitos não divulgados oficialmente) a Warner chamou o cineasta Joss Whedon (diretor dos dois primeiros “Vingadores”), para refazer grande parte do longa. O único porém é que enquanto um estava fazendo uma abordagem sombria, o outro optou por fazer algo mais alegórico e completamente diferente (a mando dos próprios produtores).

Imagem: Warner Bros (Divulgação)

A história mostra o grupo de heróis compostos pelo Batman (Ben Affleck), Mulher Maravilha (Gal Gadot), Flash (Ezra Miller), Ciborgue (Ray Fisher) e Aquamen (Jason Momoa) tendo de combater uma perigosa ameaça do perigoso vilão Lobo da Estepe. Enquanto isso, eles ainda tentam uma forma de trazer de volta a vida o Superman (Henry Cavil). Mesmo tendo uma abertura Shakespeariana (com um cenário depressivo, regado a canção “Everybody Knows”, na versão da cantora Sigrid), temos uma obra que envergonharia até mesmo o próprio William Shakespeare.

Imagem: Warner Bros (Divulgação)

Quem conhece bem o estilo dos dois cineastas citados no primeiro paragrafo, de cara irá conseguir discernir quais cenas foram filmadas por eles. Algumas inclusive ficaram extremamente ruins, pois dentre os cortes vemos que algumas cenas tiveram a mão de ambos e foram juntadas na sala de edição e “melhoradas” com a fotografia de Fabian Wagner (como por exemplo a cena envolvendo a batalha no reino do Aquamen).

Não vou entrar nem no mérito dos efeitos visuais, que só perderam para o recente “Cats“, em qualidade (coitado do Henry Cavill, que não só teve o bigode prejudicado, como também as suas cenas de ação foram todas feitas em um CGI extremamente pobre). A pior parte é que você vê o esforço do elenco em conseguir tirar algo bom, no meio do caos que estava ocorrendo nos bastidores (todos eles, sem exceções).

Por fim, vemos que era extremamente necessário o lançamento desta nova versão de “Liga da Justiça”, pois a sensação de desrespeito com todos os envolvidos e fãs foi enorme, e sempre será um enorme exemplo para a história do cinema, que produtores não devem interferir no trabalho de um cineasta.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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