Crítica Gamer - Death Stranding - Engenharia do Cinema
Lançado no final do ano passado o novo game de Hideo Kojima (“Metal Gear Solid”), rotulado de “Death Stranding”, foi exclusivo para a Playstation 4 e chegou mostrando para o que veio. Com um elenco dos sonhos de Hollywood, composto por Norman Reedus, Mads Mikkelsen, Léa Seydoux, Guilhermo Del Toro e Margaret Qualley, o jogo dividiu e muito o universo gamer por um simples motivo: sua premissa diferenciada.
A trama se passa em um cenário pós-apocalíptico, onde nós controlamos o entregador Sam Porter Briges (Reedus), que trabalha para a companhia de entregas Bridges. Mas devido a um acidente com seu parceiro, ele acaba assumindo por conta própria os cuidados do misterioso bebê deste, cujo cordão umbilical é ligado em sua roupa. Enquanto tenta descobrir a origem verdadeira deste, ele viaja pelos EUA realizando as mais diversas entregas e ligando toda a companhia de entregas em uma rede quiral.
Mas, o que de fato incomodou os jogadores com este jogo? O simples fato dele começar a ter uma história realmente impactante a partir do quarto capítulo (que chega quando totalizamos cerca de 5 horas, das 65h, jogadas). E não só isso, a jogabilidade é feita com um propósito único: você está em um mundo aberto e nele você poderá criar estradas, abrigos e traçar seus próprios caminhos. Mas, para isso ser feito, você deverá coletar alguns itens (às vezes até fabrica-los) para poder realizar as montagens de pontes e pontos de “descanso”. Só que até achar às respectivas peças, você terá que andar e muito.
Porém, às vezes você se encontrará com alguns “Death Strandings”, que são seres que jogam uma gosma preta e trazem consigo estranhas criaturas que causam destruição em massa. De vez em quando você consegue se safar delas facilmente, dependendo da sua jogabilidade, mas à medida que os desafios avançam, se livrar deles fica mais difícil.
Com relação a história (escrita pelo próprio Kojima), você começa aos poucos ter uma grande e pessoal relação com os personagens. Algumas subtramas (como o arco envolvendo o sucateiro) servem para mostrar e destacar o lado humano de Sam (que enquanto trabalha se parece apenas com um robô). Todos os atores citados no primeiro parágrafo são realmente tão bem feitos, que fica difícil não reconhecê-los. Seus arcos também são bem executados, mas comentá-los já me faria cair em território de spoilers.
“Death Stranding” é um game que você irá curtir se gosta de uma boa história e não fica pulando constantemente as cenas que são apresentadas. Porém, se você gosta de jogar e ter bastante ação, já aviso que este jogo não é para você.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.