Crítica - Bom Dia, Verônica - Engenharia do Cinema

publicado em:6/10/20 10:00 AM por: Gabriel Fernandes CríticasNetflixSériesTexto
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Em meio à produção de diversos conteúdos voltados ao mercado brasileiro, a Netflix resolveu adaptar um sucessivo livro nacional “Bom Dia, Verônica“, escrito pelo trio Andrea Killmore, Ilana Casoy, Raphael Montes (que também cuidam do roteiro da adaptação). No formato de uma minissérie com oito episódios, ela procura explorar com maestria a questão da violência doméstica e os constantes descasos com os crimes de assassinato de mulheres (que cada vez mais são recorrentes no Brasil).

Imagem: Suzanna Tierie/Netflix (Divulgação)

A história tem inicio quando uma misteriosa mulher se suicida em uma delegacia de São Paulo. Isso faz com que a investigadora Verônica (Tainá Müller), tente descobrir o que motivou ela a cometer tal ato, mesmo a contra gosto de seus superiores. Ao mesmo tempo vemos o casal Janete (Camila Morgado) e Claudio (Eduardo Moscovis), onde além desde a maltrata-la constantemente, lhe força a ajudar a sequestrar jovens mulheres para cometer sessões de tortura.

Imagem: Suzanna Tierie/Netflix (Divulgação)

Realmente a série consegue facilmente prender o espectador durante seus oito episódios (tanto que provavelmente muitos irão conseguir ver ela toda, desta maneira), porém o grande problema é na hora de juntar os arcos em uma única trama. Além dos crimes cometidos por Claudio (isso não chega a ser spoiler), a narrativa apresenta outros crimes investigados por Verônica e que não são devidamente explicados (alguns chegam a ficarem um tanto que confusos, ao não demonstrarem ligação direta com a trama central).

Mas auto lá, não estou falando que é um seriado confuso e horrível. Aqui nós temos um baita suspense que facilmente pode acontecer (e até acontece), na vida real e isso é transposto muito bem pela atriz Camila Morgado (que junto ao papel de Olga, é seu melhor papel na carreira). Estamos a todo momento adentrados nos sentimentos, nos olhares e vivenciamos com ela todo aquele trauma de violência que ela sofre durante a produção. Mesmo com a protagonista sendo Muller, ela acaba roubando a cena.

Sobre a questão da violência, a série tem um pouco, mas não tanto como alguns pensam (porque o livro em si é bastante pesado). Existem arcos que vemos esse recurso ser necessário, para transpor a realidade, mas não é tão chocante ou impactante no nível de “Jogos Mortais” (como chega até a lembrar, em alguns momentos).

“Bom Dia, Verônica” é uma forte minissérie que faz uma ácida crítica não só ao sistema de investigações, mas também nas questões de investigação contra mulher.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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