Crítica - A Jornada - Engenharia do Cinema
Este é mais um dos aguardados longas para serem disponibilizados na reabertura dos cinemas nacionais, mas que acabou sendo jogado diretamente para o serviço streaming do Telecine. Apesar de “A Jornada” ter sido vendido como um “filme espacial estrelado pela Eva Green”, a trama não é sobre isso e sim sobre a relação de amor dentre uma mãe e sua filha.
Imagem: Paris Filmes (Divulgação)
Prestes a fazer uma história viagem para uma estação espacial, a astronauta Sarah (Green) começa a repensar sua vida e percebe que sua ligação com sua filha Stella (Zélie Boulant) poderá ser gravemente afetada, pois ela ficará um determinado tempo fora de seu alcance e perderá muito tempo da vida dela. Então ela começa a desafiar seus medos e paixões pela careira, para poder conseguir ficar ao máximo com sua filha.
Imagem: Paris Filmes (Divulgação)
Dirigido e escrito por Alice Winocour, vemos que ela possuiu um enorme cuidado na retratação dos arcos pessoais da personagem de Green. Nestas horas o idioma falado não é só o natal das atrizes (o francês), como também a sensação da relação de amor dentre às duas é mais transposta por gestos, do que por falas (algo que demonstra mais a questão da atuação). Agora quando ela parte para a estação espacial, os olhares viram falas, o amor vira termos técnicos e o idioma se torna o inglês. Esse contraponto é muito bem idealizado por Winocour, e não acaba virando uma novela (embora alguns arcos são clichês do gênero).
“A Jornada” é um divertido e interessante filme sobre como o amor de uma mãe, pode até colocar em cheque uma delicada operação espacial.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.