Adiado inúmeras vezes por conta da pandemia e após muita insistência do cineasta Christopher Nolan (“Interestelar”), finalmente chega aos cinemas seu mais novo e aguardado longa “Tenet“. Parece piada, mas da filmografia deste, pode-se dizer que é o mais de fácil compreensão (apesar do arco final render alguns futuros debates). Com uma divulgação que não entregava absolutamente nada do filme, não vou ser eu que estragarei a surpresa nesta análise (por isso que, na quinta, vou lançar a versão com spoilers).

Imagem: Warner Bros. (Divulgação)

A história gira em torno de um misterioso mercenário (John David Washington) que, após falhar em uma missão, é recrutado para comandar um trabalho um tanto surreal e com um propósito simples: impedir que aconteça uma futura Terceira Guerra Mundial. Só que, para isso, ele terá que vivenciar e relevar leis da física ao extremo.

Imagem: Warner Bros. (Divulgação)

Mais um vez vemos o quão Nolan consegue exercer com perfeição um verdadeiro cinema de ação. Notoriamente, ele evitou ao máximo a utilização de CGI e optou por efeitos práticos em cenas como a explosão do avião (vista no trailer) e a perseguição na rodovia. Como conferi na versão IMAX, a sensação de imersão foi tremenda (inclusive eu recomendo que vocês confiram no formato ou na melhor sala que puderem) graças a diversos fatores como a mixagem de som, a trilha sonora de Ludwig Göransson e a edição de Jennifer Lame (que teve um peso enorme, graças a proposta do filme).

Com relação ao roteiro de autoria do próprio Nolan, ele concebe uma trama com duas explicações sobre o contexto do universo apresentado. Isso ajuda o espectador a adentrar mais na trama, se necessitar ver novamente (como ocorre na maioria de seus filmes). Mas o mistério que ele realiza entre os personagens de Washington e Robert Pattinson nesta narrativa só perde um pouco de forças quando corta para a personagem de Elizabeth Debicki (que insiste nos mesmos erros, quase sempre, e enaltece o clássico estereótipo de “loira burra”). Enquanto o vilão, vivido por Kenneth Branagh, se sobressai pela atuação ótima, que é um maníaco total em suas expressões (já que seu texto não é bom).

“Tenet” possui seus descuidos como filme, mas, ainda sim, consegue ser mais uma obra prima de Christopher Nolan.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.