Crítica - The Boys (1ª Temporada) - Engenharia do Cinema
Você já imaginou se “A Liga da Justiça” e “Os Vingadores” não fossem 100% bons com os cidadães e dessem várias “mancadas”? Depois de James Gunn falhar miseravelmente com “Brightburn” há alguns meses, não hesito em falar que agora Eric Kripke, Seth Rogen e Evan Goldberg acertaram na mosca com a série da Amazon Prime, “The Boys”.
Baseado nos quadrinhos de Darick Robertson, “The Boys” conta a história do tímido vendedor de eletrônicos Hughie (Jack Quaid), onde após ter sua namorada assassinada “acidentalmente” por um super herói (Jessie T. Usher), ele se une ao misterioso Billy (Karl Urban) e a mais um grupo seleto de pessoas comuns, para combater e mostrar a verdade por trás dos super heróis tão idolatrados e defendidos por uma inescrupulosa agencia. Ao mesmo tempo acompanhamos a problemática entrada de uma nova integrante no grupo daqueles (Erin Moriarty), o que acaba gerando mais polemicas neste.
Pensa em situações onde os heróis não são bonzinhos a ponto de salvar pessoas em um acidente de avião por “não quererem”, ou até mesmo não darem atenção a fãs com doenças terminais em hospitais. São situações como essa que o roteiro de “The Boys” explora, para explicar o quão a mídia idolatra eles só por serem “diferentes” e se “esquecem” de mostrar o que ocorre por de trás disso. E tudo isso é mostrado de uma forma bastante violenta e repleta de humor negro, para fazermos transpor nossos sentimentos de uma forma mais explicita e realmente funciona.
É impossível você não ficar enojado com tais atitudes deles, principalmente com os personagens A-Train (Usher) e Homelander (Antony Starr), que são as versões negras do Flash e Superman, respectivamente. Mas o mesmo tratamento não se pode dizer que ocorre com The Deep (Chace Crawford) e Queen Maeve (Dominique McElligott), que são o Aquamen e Mulher Maravilha sombrios, pois no decorrer da série mostra-se que eles são os Super mais “fracos” e “desinteressantes”. Tanto que os arcos de ambos são meramente deixados de lado, fazendo nós espectadores ficando mais enojados pela mancada do próprio roteiro (e não da trama). Já sobre Moriarty, achei a atriz um tanto que fraca. Mas não sei se é pelo fato deles ainda decidirem construir ainda mais a personagem nas próximas temporadas, ou se ela não estava bem com o forte material em mãos.
Quanto ao grupo dos “The Boys” o elenco também está excelente. Urban e Quaid possuem uma ótima química e em poucos minutos se interessamos por seus propósitos. Vale destacar que o Pai do segundo é interpretado por Simon Pegg, cujo personagem daquele foi inspirado no próprio ator nas HQs. Este rende momentos bastante hilários e chega até a roubar a cena.
Com oito episódios nesta primeira temporada, “The Boys” é uma série bastante violenta, repleta de humor negro e regada de suspense. Se você não se sente bem com alguma destas coisas, recomendo que você passe longe. Agora se você curte, assista. Que venha a segunda temporada!
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.