Crítica - No Gogó do Paulinho - Engenharia do Cinema
Criado pelo humorista Maurício Manfrini, o personagem Paulinho Gogó foi, durante os últimos 10 anos, um dos maiores destaques do programa “A Praça é Nossa“. Responsável por levantar a audiência do programa milhões de vezes (vencendo até a concorrência da Globo), a força foi tanta que o próprio acabou agora ganhando seu longa-metragem. Com o foco em contar sua história de origem, “No Gogó do Paulinho” acabou sendo uma das melhores surpresas do cinema nacional neste ano de 2020 (que quase não houveram títulos do cinema citado). Porém, ele estava previsto para chegar aos cinemas no início de abril, mas, por conta da pandemia, acabou sendo vendido para a Amazon e lançado no catálogo do Prime Video.
Imagem: Downtown Filmes (Divulgação)
Com notória sátira ao clássico longa “Forrest Gump“, Paulinho Gogó (Manfrini) conta a história de sua vida para diversos desconhecidos no banco de uma praça. Durante as passagens, ele narra como ajudou a influenciar em diversos cenários na história do Brasil e da respectiva cultura. Seja no fato de aconselhar um então desconhecido Capitão da Brigada Paraquedista do Exército, chamado Jair (Léo Lins, em divertida participação especial), a ser Presidente da República até mesmo auxiliar a Polícia Federal na criação da “Operação Lava Jato”. Porém, tudo isso tinha como propósito fazer ele se aproximar de Nega Juju (Cacau Protásio), sua grande paixão.
Imagem: Downtown Filmes (Divulgação)
O roteiro de Paulo Cursino procurou desenvolver os arcos do longa-metragem como se fosse uma espécie de várias “esquetes” pelos quais elas acabam formando a trama central do filme. Seja quando vemos um jovem Paulinho (que é vivido por Gabriel Moreira), quando seu pai (interpretado pelo próprio Manfrini) lhe criava de formas nada convencionais (que acabam rendendo momentos hilários).
Também é notório o quão Cursino e Manfrini tiveram liberdade para trabalhar o personagem, pois, além das diversas piadas apresentadas, renderem ótimos risos e momentos, o timing cômico deste com Cacau Protásio é extremamente divertido (inclusive torço para mais projetos que tenham os dois). Mas, como nem tudo é às mil maravilhas, o humor perde um pouco o foco durante a metade e algumas piadas realmente não funcionam como deveriam e a solução final soa bem apressada.
“No Gogó do Paulinho” é uma das maiores surpresas que tive o prazer de conferir, além de me reder vários risos como no recente “Borat 2“.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.
Bem ruinzinho. Os Farofeiros é melhor.