Lançada em 2016, a animação “Trolls” se tornou um tremendo sucesso naquele ano e ainda levou uma indicação ao Oscar com a música “Can’t Stop This Feeling” composta por Justin Timberlake. Obviamente que a Dreamworks iria realizar uma sequência, porém, seu lançamento foi um dos primeiros a serem afetados pela pandemia do coronavírus. Mas a decisão da Universal Pictures marcou uma nova era na história do cinema, pois este foi o primeiro de vários outros filmes a terem suas estreias suspensas nos EUA e irem direto para serviços on-demand. Até hoje a decisão rendeu milhões de dólares aos cofres do estúdio, porém, no Brasil, eles resolveram manter o lançamento nos cinemas.

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

A história deste segundo é completamente distinta da antecessora, pois ela mostra Poppy já no trono de Rainha dos Trolls, mas ainda no mesmo estilo de positivismo e de cantoria. Até que ela recebe uma mensagem de uma misteriosa “Rainha dos Trolls Roqueiros”, o que a faz sair em busca desta para um “acordo de paz”. Só que ela não imaginava que aquela planeja acabar com todos os outros reinos e tornar o rock a principal e única música a ser cantada.

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

O principal problema deste filme é o roteiro (que foi concebido por SEIS PESSOAS!) concebido com o propósito de agradar mais o público feminino e em especial às crianças. “Ahh mas é um desenho! Tem de ser pra criança!” Concordo em partes, pois os adultos as levam para assistir estes filmes, o que logo fará eles venderem o mesmo também. Apesar de algumas músicas terem sido completamente editadas para caberem no contexto do longa, como a famosa “Crazy Train“, de Ozzy Ousbone (curiosamente dubla o pai da vilã, que é o Rei dos Trolls Roqueiros).

Agora a mensagem que a trama tenta passar para as crianças, não faz sentido algum (como eles falam que “devemos aceitar a diferença de todos” se o próprio personagem que prega isso não aceita determinadas linhas de pensamento?) e certamente poderá levar uma discussão além das salas de cinema, pelos adultos mais atentos.

“Trolls 2” não consegue ser melhor que o primeiro longa, muito menos ficará na memória dos espectadores em questão de qualidade e sim por seus lançamentos na época da pandemia.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.