Crítica - A Voz Suprema do Blues - Engenharia do Cinema
Sendo vendido como o último trabalho do ator Chadwick Boseman (falecido em agosto deste ano), “A Voz Suprema do Blues” provavelmente renderá o Oscar de Melhor Ator ao citado, isso é um fato. Tendo a mais ácida atuação em sua carreira, a única incógnita que sempre ficará presente é se a Netflix faria campanha para as premiações, se aquele fosse vivo.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Baseado em fatos reais, a história se passa em 1927, ano pelo qual o racismo reinava nos EUA e a irreverente e sucessiva cantora Ma Rainey (Viola Davis) é contratada por uma gravadora para gravar seu novo disco. Porém, diversos problemas nos bastidores envolvendo ela e Levee (Boseman), um dos músicos do local que possui um comportamento explosivo, passam a comprometer a situação.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Nos primeiros minutos é notório que o filme puxou muito a essência da peça teatral de August Wilson (pelo qual serviu de inspiração para o longa). Os diálogos ácidos sobre racismo e situações que transpõe a situação vivida na época são feitas de formas sigilosas e não gritantes ou didáticas (vide a cena do policial nos primeiros minutos).
Agora, com relação às atuações, realmente a batalha dentre Davis e Boseman é o destaque do longa. Ambos estão com interpretações muito boas, embora a primeira esteja coberta por uma maquiagem que não conseguimos perceber sua verdadeira persona (acredito que até leve o Oscar na categoria). Sem dúvidas ambos irão ser destaques nas premiações, inclusive no Oscar.
“A Voz Suprema do Blues” é o mais marcante trabalho na carreira de Boseman, que em seu último trabalho mostrou que é um baita ator dramático e será o portador do Oscar de atuação em 2021.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.