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Em um primeiro momento confesso que idealizava “Vozes e Vultos” como um novo longa de suspense/terror da Netflix. Porém a produção escrita e dirigida pela dupla Shari Springer Berman e Robert Pulcini é aquele típico filme se vende por conta da estrela principal que é a Amanda Seyfried, que não consegue se definir em um gênero específico, pois ele se divide entre uma novela mexicana do SBT com um filme de terror do Syfy.

Imagem: Netflix (Divulgação)

Baseado no livro de Elizabeth Brundage, a história gira em torno do casal George (James Norton) e Catherine (Seyfried) que resolvem se mudar com sua filha para uma nova casa isolada, em uma região no campo. Só que misteriosos acontecimentos no local, fazem a segunda questionar sobre a descendência do local.

Imagem: Netflix (Divulgação)

Em um breve momento muitos vão confundir este filme com o recente “Você Deveria Ter Partido” (também estrelado por Seyfried), porém ele só diverge por trocar Kevin Bacon por Norton e ter uma novela rolando ao mesmo tempo das cenas de horror. Embora este tenha uma premissa já apresentada em vários filmes do gênero (da casa mal-assombrada), o roteiro tenta jogar de forma porca diversas questões sociais como relacionamento abusivo, depressão, anorexia e outros tópicos que englobam estas temáticas.

Por ser realizado por duas pessoas, ficou nítido que eles falaram “você cuida da parte de terror e eu cuido da parte de drama”, pois literalmente há dois filmes em um aqui. Personagens de atores Willis (Natalia Dyer), Justine (Rhea Seehorn) e Eddy (Alex Neustaedter) sequer possuem um arco melhor explorado e são apenas jogados em cena para enaltecer o arco “dramático” de George e Catherine (que são porcamente interpretados por Norton e Catherine, sendo que esta só faz caras de assustada).

“Vozes e Vultos” tinha tudo para ser um bom suspense, só que acaba sendo uma novela mexicana da pior qualidade.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.