Crítica - A Mulher na Janela - Engenharia do Cinema
Finalizado desde 2019, “A Mulher na Janela” foi uma das mais controversas produções junto de “Os Novos Mutantes” e “O Mundo em Caos” (que chegou esta semana aos cinemas). Sendo programado para ter lançamento nos cinemas pela própria Fox, acabou sendo prejudicado pela compra desta pela Disney. Então veio a pandemia e o estúdio não sabia mais o que fazer direito com o filme, então no inicio deste ano decidiu vender para a Netflix lança-la mundialmente. Confesso que por mais do diretor Joe Wright ter enfrentado inúmeros problemas nos bastidores (com direito a várias regravações e exigências da Fox), não estamos falando de uma bomba.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Baseado no sucedido no livro de A.J. Finn, a história gira em torno da psicóloga Anna (Amy Adams) que enfrenta uma severa depressão, encadeada com uma síndrome de agorafobia (que a inibe de sair de seu apartamento). Então ela passa o dia todo observando seus vizinhos, até que ela acaba fazendo amizade com sua nova vizinha Jane (Julianne Moore) e seu filho Ethan (Fred Hechinger). Só que após ela presenciar ela ser assassinada de sua janela, passa a suspeitar que o marido dela (Gary Oldman) encobriu totalmente o crime.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Os fãs de Alfred Hitchcock irão de imediato se recordar do clássico “Janela Indiscreta“, mas já aviso de antemão que você não vai conseguir embarcar na história se ficar entrando em constantes comparações. Wright obviamente teve fortes referências ao clássico em vários sentidos, seja na sensação de claustrofobia, dúvida e até mesmo no enredo. Só que a partir do momento que compramos a história desenvolvida por ele, facilmente estamos adentrados naquele universo.
Com uma ótima atuação de Amy Adams (que realmente consegue convencer de suas doenças e neuroses), seus contrapontos vividos por atores como Jennifer Jason Leigh e Wyatt Russel conseguem transpor o quesito da dúvida (afinal não sabemos se eles estão realmente envolvidos na morte de Jane). O único descuido é na caracterização de Oldman, que está bastante canastrão e totalmente forçado (realmente ele não gostou de estar neste personagem).
“A Mulher na Janela” é um ótimo suspense, pelos quais além de ter surpreendido positivamente após tantas polêmicas, mostra mais uma vez que filmes que não damos nada, são realmente os mais divertidos.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.