Crítica - Divaldo: O Mensageiro da Paz - Engenharia do Cinema
“Chico Xavier foi um dos marcos do cinema espirita nacional. Depois de seu lançamento, tivemos vários outros sucessos como “Nosso Lar” e “Kardec”. Tendo a mesma linha, chega agora “Divaldo: O Mensageiro da Paz”, que mostra a trajetória do médium Divaldo Franco.
O longa começa logo em sua infância, época em que começou a ver espíritos dentre os seres humanos. Sua habilidade causou diversos problemas dentre a sua família, amigos e trabalhos, mas aos poucos o transformou em um dos maiores nomes mediúnicos do Brasil, ao lado de Chico Xavier.
O roteiro de Clovis Mello (que também assinou a direção), procura optar pelo humor como principal ferramenta para nos aproximarmos de Divaldo. Os arcos envolvendo a descoberta da habilidade mediúnica e os conflitos dentre ele e as pessoas ao seu redor, em grande parte acabam sendo retratados como cômicos (tendo em vista os fatos, o estilo é pertinente). Mas quando o filme apela para os arcos dramáticos, já adianto que é recomendável levar um lenço, pois realmente emocionam. Porém o excesso de frases de efeito e momentos que as enaltecem, acabam tirando um pouco o gás da emoção natural.
O grande destaque da produção acaba sendo o ator Ghilherme Lobo (“Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”), que interpreta Divaldo na fase jovem. Tendo aparecido em grande parte do filme, Lobo notoriamente entrou de cabeça no papel e a todo momento ele convence o público como o personagem. Além do fato dele saber conduzir quando deve exercer as cargas dramáticas e cômicas. Não posso dizer o mesmo de Bruno Garcia, pois ele apareceu relativamente pouco no filme, mas ele estava bem (pelo menos no momento chave, ele arrasou). Agora não nego em falar que o ator Marcos Veras não convenceu como o espirito maligno que atormentava Divaldo, em toda sua vida. Sua pinta como um ator voltado para comédias, não conseguiu criar algo que realmente desse medo e angustia ao espectador, e não passou de uma atuação ruim.
“Divaldo – O Mensageiro da Luz” é um emocionante longa nacional, onde mesmo com os habituais erros de produções espiritas, acerta em passar sua mensagem ao espectador.
Obs: A sessão foi conferida na pré-estreia realizada pelo Cine Roxy 4.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.