O personagem John Rambo já se tornou icônico. Chegando em seu quinto longa com “Rambo: Até o Fim”, ele fez parte de uma revolução no cinema, pela qual os protagonistas eram verdadeiros “Homens de Aço”. Nesta época foram revelados nomes como Chuck Norris, Bruce Willis, Arnold Schwarzenegger e claro Sylvester Stallone. Todos conseguiam derrotar exércitos facilmente, nunca se machucavam gravemente e se tal coisa acontecia, a solução era tomada rapidamente.

“Rambo: Até O Fim” é o longa mais humano da série. Digo isso porque vemos John Rambo (Stallone) já na velhice, vivendo tranquilamente em sua casa de campo, com sua nova família adotiva. Porém quando sua filha postiça Gabriela (Yvette Monreal) resolve ir até o México, para conhecer seu Pai biológico, ela acaba sendo sequestrada por uma gangue e tida como escrava sexual. Então o veterano Rambo vê que deverá voltar a ativa para resgatá-la.

Tanto o roteiro da autoria de Matthew Cirulnick e do próprio Stallone (afinal a trama é basicamente a mesma, desde “Rambo 2”), quanto a direção de Adrian Grunberg (“Plano de Fuga”), não procuram inovar, mas sim causar uma sensação de nostalgia naqueles que sempre acompanharam a trajetória de John Rambo nos últimos 30 anos. Seja através de um dialogo, um objeto ou até mesmo um ato cometido pelo personagem. Caso você não tenha assistido a nenhum longa dele, sugiro que ligue a televisão em algum canal de filmes, pois sempre há alguma maratona de todos os antecessores. Mas para conferir este atual, não é necessário ter visto aqueles.

Apesar de tais questões citadas, a mesmo ação demora um pouco mais para acontecer, em relação aos outros longas da série. Eis que quando ela acontece, é de forma desenfreada e extremamente violenta (justificando a censura 18 anos, no Brasil). O ato final realmente irá deixar os últimos cinco filmes da franquia “Jogos Mortais” no chinelo (o que justifica até o interesse em chamarem Stallone para estrelar o próximo “Uma Noite de Crimes”), e causará extremo desconforto naqueles que não estão acostumados com o estilo citado.

“Rambo: Até o Fim” mostra que mesmo tendo passado dos 70 anos, Sylvester Stallone ainda aguenta estrelar mais filmes deste estilo por muito mais tempo do que imaginamos. Se você não for exigente, mas ciente do tipo de longa que você está indo conferir, irá gostar. Agora se você procura algo no estilo de “Logan”, melhor ficar em casa.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.