Crítica - Mare of Easttown - Engenharia do Cinema
Com 15 indicações ao Emmy 2021, “Mare of Easttown” é sem dúvidas uma das grandes apostas da HBO para a premiação. Sendo estrelada por Kate Winslet, este é mais um drama que utiliza a clássica premissa da emissora “quem matou X pessoa?”. Após o sucesso de produções como “True Detective“, “Watchmen” e até mesmo a recente “The Undoing“, a emissora continua mostrando que é possível sempre beber do mesmo escopo e apresentar conteúdos de qualidade.
Imagem: HBO (Divulgação)
A história mostra a detetive Mare Sheehan (Winslet) que um dia foi uma das principais atletas de sua escola, e hoje carrega a culpa de não ter conseguido resolver o caso de desaparecimento de uma adolescente, além do casamento de seu ex-marido (pelo qual ela ainda possui uma conturbada relação). Mas tudo piora quando ela é encarregada de investigar o assassinato de uma outra adolescente, fazendo traumas do passado serem revistos.
Imagem: HBO (Divulgação)
Sendo criada e roteirizada por Brad Ingelsby (“O Caminho de Volta“), a minissérie consegue explicar bem a pergunta central sobre “quem é o verdadeiro assassino?”. Antes de falar que a emissora entrou mais uma vez na “zona de conforto”, não é apenas esta questão que foi jogada em pauta, como mais outra (que obviamente não vou citar, para não entregar spoilers) e funciona pelo quesito dele transformar todos os personagens como suspeitos de terem cometidos ambos os atos (independentemente do grau deste no programa).
Dividida em sete episódios, a direção de Craig Zobel também funciona por não ter apelado para um recurso muito gritante nas cenas de drama ou tensão. Ele procura deixar o ambiente falar por si, assim como os olhares dos atores em determinadas situações (algo que a própria Winslet já mostrou que sabe fazer). Porém ele tem um breve descuido apenas no último capítulo, onde o recurso de flashback não era necessário de ser usado (afinal, já estava sendo explanado em diálogos o que havia acontecido).
“Mare of Easttown” só mostra que a HBO ainda possui gás e muitos nomes talentosos envolvidos em suas produções. Que venham mais produções originais do selo!
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.