Crítica - La Casa de Papel (5ª Temporada - Parte 1) - Engenharia do Cinema

publicado em:4/09/21 4:27 PM por: Gabriel Fernandes CríticasNetflixSériesTexto

Não é novidade que a série “La Casa de Papel” virou um dos carros chefes da Netflix. A produção criada por Álex Pina era voltada apenas para ser uma minissérie espanhola. Porém devido ao enorme sucesso global que a produção alcançou quando adquirida pela plataforma de streaming, a mesma se viu obrigada a fazer mais três temporadas. Com a qualidade se deteriorando à medida que ela avançava (afinal de contas, “essa era uma minissérie e ainda há arcos com personagens que já morreram na primeira temporada”), o que servia como uma obra que mostrava não apenas um roubo à banco, mas sim uma revolução do povo contra seus superiores, acabou sendo uma verdadeira encheção de linguiça para a obra conseguir a quantidade necessária de capítulos.

Imagem: Netflix (Divulgação)

Com apenas cinco episódios, com cerca de 50 minutos cada, essa primeira parte começa a mostrar as consequências de algumas decisões tomadas pelos personagens, como a descoberta do esconderijo do Professor (Álvaro Morte) pela Detetive Alicia (Najwa Nimri), o fato de Raquel/Lisboa (Itziar Ituño) resolver se juntar a equipe no roubo de forma inusitada, e principalmente o ódio que move a equipe após a morte inesperada de Nairobi (Alba Flores). Enquanto isso, ao lado de fora, os investigadores e policiais começam a mostrar que jogam mais sujo que os próprios ladrões, para ter controle da situação.

Imagem: Netflix (Divulgação)

Assim como nas últimas temporadas guiadas pela Netflix, essa penúltima parte da série ainda apela para o recurso de “flashbacks desnecessários para encher linguiça”. Além de inexplicavelmente ainda insistir em continuar a trama sobre o passado de Berlim (Pedro Alonso), que facilmente poderia dar uma minissérie (não duvido que ainda façam isso, após o término do seriado, em dezembro), ainda resolvem colocar um arco de Tokyo (Úrsula Corberó) da mesma maneira! Realmente estes momentos não pesam no resultado final, e acabam tirando a tensão das cenas de ação que estão ocorrendo (já virou “normal” eles simplesmente pararem uma cena de tensão, para direcionarem o público a estes arcos sem sentido, atualmente).

Apesar de já termos criado afinidade com grande parte dos personagens, o roteiro ainda tem prazer em apresentar mais personagens na trama e em momento algum conseguimos criar afinidade por eles, a não ser tédio por eles “jogarem outra trama, em cima da principal”. Claro, ainda há uma forte crítica social perante a situação de governantes e superiores em diversas situações delicadas e que claramente não possuem um controle plausível (remetendo ao que vemos em grande parte das nações mundiais, inclusive no Brasil). Esse momento é um dos mais bem abordados nesta temporada.

Obviamente não entrarei em território de spoilers nesta análise, mas alerto que você deverá tomar um enorme cuidado com eles, pois muitas coisas importantes e graves acontecem. Porém tenho que antecipar o fato do roteiro ter trabalhado melhor a emoção do espectador em algumas situações, do que nas temporadas antecessoras (com exceção do arco da Nairobi).

A primeira parte da última temporada de “La Casa de Papel” mostra que o seriado está chegando ao fim de forma tardia, mas que a Netflix já começou a preparar o público para possíveis spin-offs.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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